quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Escócia

01, 02, 03, 04 e 05 de agosto - Escócia

A gente entra na Escócia sem perceber que saiu da Inglaterra. Pouquíssimas placas de sinalização indicando isto e a paisagem continua a mesma, mas depois de circundar Glasgow, que de longe parece uma bonita cidade, seguindo o GPS, começamos a entrar nas Highlands. A paisagem vai mudando e as ondulações e campos com rolos de feno da Inglaterra vão se transformando em montanhas bem mais altas na beira da estrada. Tudo gramado, sem nenhum sinal de neve. A Dé disse que lembrou dos Andes. Mas aqui tem vegetação, com exceção dos topos mais altos dos cerros. O dia tem nuvens pesadas com umas nesgas de sol. Bonito de se ver.
Paramos num mirador pra dar uma geral na paisagem. Como era final de semana, tinha bastante gente troteando por lá também. E um escocês de kilt tocava gaita em troca de umas moedas na beira da estrada.
Bastante gente na estrada e muitos mirantes para estacionar. Fomos tocando o barco até Glencoe, que é um parque no caminho de Forte William. O lugar é um espetáculo. Muita gente para na estrada e sai a trotear pelas trilhas dali, mesmo com alguns respingos que iam e vinham.









A Escócia tem muitos Loch (lagos) e o povo dali passa muito pela estrada com caiaques para navegar nos lagos perto de cidadezinhas que tem pelo caminho. Também muitos carros e traillers carregando bicicletas.
Chegamos em Fort William no meio da tarde e, desta vez foi mais difícil achar um B&B, pois com o final de semana, estava tudo cheio. Mas acabamos encontrando um bem mais ou menos.
Forte William é mais ou menos o centro da região das ilhas Hebrides. Dali é fácil ir a todos os pontos. Mas, enche mesmo é no inverno com a neve. Muita gente vem de fora esquiar no Ben Nevis, que é a montanha mais alta da Escócia. Parece que "Nevis" é uma corruptela de "Neves" do Alegrete. A cidade fica na beira de um braço de mar que entra terra adentro. A geografia dali é toda recortada. Conforme se anda, é difícil saber se estamos passando por um lago ou mar. Sempre com cerros altos.
Jantamos num boteco/taverna/bar que tinha a cara do lugar. Bem típico, com cabeça de cervo na parede e aqueles balcões em forma de U no meio de uma área grande onde o macherio  barbudo e ruivo vai se juntando pra tomar cerveja. Pelas 21 horas eles param de servir comida e passam a ser só bar, mas também não vão até tarde. Pelas 23 horas no máximo já tá tudo fechado.
No dia seguinte nos tocamos para a ilha de Skye, o tempo fechado, às vezes chovendo, a Dé e a dona Jurema de casaco de inverno (tá bem, isto não é parâmetro) e a dona do B&B dizendo que estava muito quente.
Antes da ilha passamos pelo Eilean Donan Castle. A vista de fora do castelo é muito legal. No primeiro plano tem pedras e sargaços, depois a água do lago, o castelo e ao fundo as montanhas. Este castelo também já foi cenário de muitos filmes: Highlander (aquele que tem que cortar a cabeça do vivente pra ele deixar de ser vivente); 007 - O Mundo não é o Bastante, e outros que já esqueci.









Depois passamos por uma ponte em arco, que tem uns 5 anos e liga a ilha de Skye à Escócia. A ilha é um espetáculo com montanhas e precipícios que terminam no mar. Muitas quedas d'água, e paisagens realmente deslumbrantes. Íamos fazendo a volta na ilha, que é bem grandinha e parando pra dar uma caminhada e tirar umas fotos. Pra ver bem, o certo seria ficar aqui uns 3 ou 4 dias troteando ou andando de bicicleta. Mas, o que vimos realmente valeu a pena. O dia, depois do castelo, abriu, e veio o sol com nuvens pesadas no fundo.















No final da volta paramos em Portree, cidadezinha mais importante da ilha, para comer, mas não tivemos sucesso. Como era final de semana, a cidade/vila estava cheia e todos os seus restaurantes também. Tem muitos B&Bs no percurso da ilha, mas estavam quase todos lotados (eles colocam uma placa avisando).  O dia foi passando e não teríamos tempo de chegar em Forte William para jantar. Daí achamos um restaurante bem bonzinho na beira da estrada, ainda na ilha.O Ricardo comeu carne de veado. Eram umas 10 da noite e o sol se pondo. Um luão no horizonte e o céu rosado. Ainda parei pra tirar umas fotos (sem tripé ... fazer o quê). Chegamos de volta a Forte William, no B&B, meia noite passada.





No outro dia, depois do café, nos tocamos para o centro da Escócia, para as montanhas Cainghorns. Também é um centro de sky e tinha muita gente por lá, embora não tivesse neve. Subimos num funicular, que é um trenzinho que leva os esquiadores e turistas até o topo da montanha. De lá se vê muuuito longe e o vento era incrível.

Andamos de carro pelas estradinhas do parque e cidadezinhas da volta. No caminho para Edinburgo ainda passamos num zoológico para as crianças verem uns bichos diferentes.
Chegamos em Edinburgo deatardinha e perdidos. A cidade estava cheia de obras nas ruas, o trânsito todo desviando de um lugar para o outro e ainda estava na véspera do Festival de Edinburgo (teatro e shows) que também muda todo o trânsito da cidade. Aí, foi melhor abandonar o GPS e seguir os mapas e explicações das pessoas. Tentando os B&Bs, conseguimos um apartamento, com 2 quartos, 2 banheiros, sala, cozinha e até máquina de lavar roupa. Um achado. Sorte pura.
Ficamos na cidade nova, cujos prédios tem uns 400 anos (!!!!).
Jantamos no restaurante de um castelhano (argentino), atendido por um cingapurense, que botou Gal Costa pra gente ouvir. O garçom ainda tirou um sarro da dona Jurema que não aguenta mais comer batata (mas segue comendo ... e bastante :). O castelhano nos disse que Edinburgo é uma maravilha. Muito segura, com muito dinheiro, 6 milhões de turistas por ano e muito boa de se viver. Ao contrário de Glasgow que, segundo ele, é a cidade mais insegura do Reino Unido.
No dia seguinte fomos ao Castelo de Edinburgo (ponto obrigatório), que fica em cima de um morro, que parece um penhasco, bem no centro da cidade velha, que é colada na nova. A diferença é que a cidade nova foi construída fora dos muros do castelo há muitos anos atrás.









No castelo funcionam algumas atividades do exército e tem alguns museus e capelas, e ainda conta toda a história da rainha Mary da Escócia, com a coroa e o cetro dos reis da Escócia que nunca saíram de Edinburgo. Isto foi parte de acordo de unificação com a Inglaterra. Não vimos nenhuma manifestação separatista, mas que eles ainda tem alguma coisa contra os ingleses, tem. Do castelo de Edinburgo, até o castelo Holyrood, se estende a Royal Mile (milha real), que é a rua com vários prédios históricos e centrão de Edinburgo, por onde transitam os turistas.
Visitamos o castelo Holyrood, que é onde a rainha da Inglaterra fica quando vem para as bandas de cá. Na frente tem o parlamento local que é um prédio bem modernoso e destoante do resto do conjunto, mas bem interessante.
O Festival de Edinburgo é um evento famoso em toda a Europa. São 3 semanas de teatros e shows que acontecem por toda a cidade. Acontece em paralelo um concurso de Tartãs, que é uma competição entre bandas de gaitas de fole. Vem gente de tudo que é canto pra cá. A cidade tem uma universidade de artes, entre outras, muito bem conceituada. Assim, na Royal Mile tinha muita gente se apresentando e fazendo performances para vender ingressos para as suas peças que aconteceriam durante o festival. Dava pra passar o dia inteiro caminhando por esta rua sempre vendo coisas diferentes.



Também fomos no Arthur's Seat, que é um cerro praticamente dentro da cidade, de onde se tem uma vista de 360 graus da cidade e redondezas. Um vento do cão, mas vale a pena.



Comi o tal do Haggis, que é um prato típico daqui. São basicamente 3 purês servidos juntos (não misturados): um de batatas; outro de batata com cenoura; e outro de miúdos de ovelha com cevada (parecido com morcilla preta, sem a tripa). Estava bom.
Dezinha e eu nos esbaldamos de tomar cerveja por toda a Inglaterra, mas aqui na Escócia, o assunto é bem mais cultuado. Tem 2 tipos básicos e muitas variações sobre estes. A cerveja já vem servida num grande copo. Para cada uma, um copo diferente, específico para melhor saborear a maldita.
A grande dificuldade por aqui é estacionamento. Perto do centro histórico são muito caros e sempre lotados. Na noite, deixamos em uma praça perto de onde estávamos hospedados, mas de manhã já começava a contar o parquímetro e tinha tempo máximo pra deixar o carro ali também. Todas estas cidades antigas tem este problema e cada uma resolve de um jeito. Aqui, tem bicicletas e ônibus e alguns estacionamentos maiores em alguns pontos.
No centro novo, onde estávamos, são quarteirões e mais quarteirões construídos com prédios da mesma época, altura (máximo 3 ou 4 anadares) e o mesmo estilo georgiano.
Ficamos um dia a mais que o previsto em Edinburgo. Mas acho que valeu.

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