terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Lagoa Bacalar e Playa del Carmen


Dia 14 de janeiro, terça

Acordamos bem tarde, fizemos um café e deixamos a casa rural, que ficava a poucos metros da fronteira com Belize. Passamos por Chetumal, que é uma cidade grande, com boa organização e estrutura. Já estávamos em Quintana Roo, estado mais visitado do México, em função de Cancún, das ruínas de Chichen Itzá e dos demais atrativos da região. Em 40min chegamos à Lagoa Bacalar, um destino maravilhoso, algo como um paraíso de areia branquinha, águas limpíssimas, agradáveis, calmas e não muito fundas em lindos tons de azul. Estacionamos facilmente junto à praça do forte San Felipe e caminhamos pela orla para um dos decks com um telhado de palha dentro d'água, onde descansamos e logo nos jogamos para nadar. Havia muitos jovens turistas europeus, alguns norte-americanos e argentinos nesse e noutro local de praia denominado balneário ecológico em que ficamos aproveitando o ambiente. Nos foram oferecidos passeios em lancha, caiaque, SUP, mas preferimos a tranquilidade de olhar aquela imensidão azulzinha de mar e céu e nadar sozinhos. Bacalar é um dos 111 "pueblos mágicos" - uma promoção da secretaria de turismo para destacar lugares peculiares pela sua cultura, natureza, gastronomia, tradição, artesanato ou hospitalidade. O lugar é um encanto, tranquilo, bem próprio para ciclistas, com a avenida asfaltada pertinho da lagoa e próprio também para lentas caminhadas. Fora da superrota turística que envolve Cancún, ainda é uma localidade preservada e que demanda cuidados, já que integra um ecossistema frágil - havia placas alertando sobre a importância dos manguezais, do caracol chivita, molusco endêmico  da lagoa e também os estromatólitos (rochas fósseis formadas em ambientes aquáticos, que, quando acumuladas no fundo de mares rasos, formam uma espécie de recife). Há também orientações, em alguns blogs sobre ser indicado, para preservar o lugar, evitar passeios em barcos a motor, usar protetor solar que não seja biodegradável, hospedar-se à beira da lagoa (pelo impacto dos dejetos e da própria construção na margem da lagoa).A Lagoa Bacalar é um Caribe de água doce, uma maravilha tomar banho naquela água de diversos tons de azul, areia branquinha e depois, não ter de tomar uma ducha para tirar o sal. Almoçamos em um restaurante à beira da lagoa, com um grande gramado e muita sombra de coqueiros, muito agradável. Este é um lugar que merece o título de "mágico". Dali partimos pela autoestrada para Tulum, a umas 2h30min de distância, onde hospedamo-nos no hotel Tulum Inn, pelo Booking, bom custo benefício e bem localizado. Após um banhito, caminhamos pela avenida central até escolhermos o restaurante El Mariachi Loco, onde jantamos e tentaram nos vender uma garrafa de tequila cujo rótulo tinha a nossa foto, feita uns minutos antes à mesa. Aquelas pegadinhas para turista...mas resistimos e não compramos a tal tequila superfaturada! Havia muitos turistas jovens norte-americanos nesse restaurante.




Dia 15 de janeiro, quarta feira

Nosso café da manhã foi numa lancheria bem típica, mas que acabou customizando os pratos a nosso gosto, assim, saímos satisfeitos, especialmente porque na hora de pagar com cartão, pela falta de energia, o responsável nos fez o dólar a um bom preço. Embarcamos no nosso supercarro para conhecer nosso primeiro cenote. O México tem mais de 7 mil cenotes e a maioria está na península de Yucatán. Um cenote se constitui de um acesso a um rio subterrâneo, às vezes algo como um grande buraco circular (solo que desmoronou na superfície e expõe o rio subterrâneo), outras vezes, um “lago” acessível em uma caverna. Zacil Ha (ou Água Clara), onde fomos nesse dia, é um pequeno “lago” circular. Fomos os primeiros a chegar, entramos na água solitos. Zacil Ha é uma propriedade particular pequena, arborizada, bem organizada, com aluguel de cabanas, venda de artesanato, barzinho e até piscinas mesmo, construídas mais ao longe. Mas a grande atração é o cenote. Como há muitos cenotes na região (que desde a época dos maias serviam de abastecimento de água potável), muitas famílias apenas recentemente se deram conta do potencial turístico que tinham em seu quintal, transformando-o em balneário ou pessoas mais empreendedoras construíram toda uma estrutura ao redor do seu cenote particular para explorar. Por estar em um solo calcáreo, a água é muito clara e azulzinha como em todo o Caribe. A transparência da água é impressionante e não nos cansávamos de mergulhar e olhar aquela beleza toda. Saímos do cenote refrescados. O plano era pegar uma praia no tão esperado mar caribenho que ainda não havíamos visto. Pegamos o carro e marcamos um ponto no Google Maps na praia de Akumal, conhecida por ser um santuário de tartarugas. Estávamos ansiosos para usar novamente, dessa vez na companhia de tartarugas marinhas, o snorkel comprado no dia anterior. O plano não deu certo. Acabamos dando de cara com uma cancela onde era cobrado 100 pesos por pessoa apenas para ter acesso à praia. Ou, se quiséssemos ver as tartarugas, pagaríamos 550$ por pessoa com o acesso e tour incluso (sem falar no estacionamento de 50$). Segundo o homem com quem conversamos não seria possível ver as tartarugas pagando apenas a entrada para a praia. Sendo assim, desistimos e seguimos adiante. Na autoestrada, íamos passando pelos enormes parques de diversões Xel Há, Xcaret e por condomínios e resorts luxuosíssimos, que dominam toda a costa impedindo o acesso público ao mar. Uma lástima que a praia esteja privatizada por quilômetros e quilômetros num lugar tão lindo. Já em Playa del Carmen, optamos pelo acesso público da “rua 88”, que é bem organizado, ao final de um calçadão onde há chuveiros, banheiros, uma casinha de informações. Caminhamos dali, pela areia, em direção norte, com vento intenso. Muitas famílias mexicanas se divertiam na praia e também estrangeiros, de várias partes. Neste trecho não há qualquer barraca de venda de bebidas e comidas, exceto uma bem cara no próximo acesso. Aliás, havia uma boa estrutura pública para "discapacitados", com empréstimo de cadeiras especiais, andadores e até carrinhos adaptados para banho de mar, inclusive oferecendo o apoio de pessoal. Dezenas de gaivotas faziam a festa com os salgadinhos oferecidos por adultos e crianças. Alguns ambulantes vendiam frutas descascadas e cortadas, em saquinhos, outros, uns bolinhos. Muito sargaço no mar, mas o banho estava bem agradável. Sempre muito vento! Saindo da praia para o centro da cidade, encontramos nosso apto, alugado pelo airbnb, bem novinho e organizado. À noite saímos para jantar, e, após caminhar muitas ruas e atravessar uma larga avenida, ficamos na típica Taquería El Sabrocito del Fogón, onde havia uma fila, mas logo conseguiram nos acomodar. Caminhamos, após a janta, até a famosa 5ª avenida: o point do movimento, em uma extensa rua com muitas lojas, restaurantes, alguns shoppings bem sofisticados e casas noturnas. Essa avenida fica bem ao lado do mar, então, ainda demos um “pulinho” na areia e percebemos que há, também, muitos restaurantes e barzinhos na beira da praia que são igualmente movimentados.




Dia 16 de janeiro, quinta-feira

Comemos pizzas vegetarianas no café da manhã - que havíamos trazido da caminhada de ontem. Muito boas e baratas! Nossos cafés são assim, reforçados, porque não costumamos almoçar para evitar perder tempo. Nosso rumo neste dia: Cancún. Depois de uns 50 minutos de viagem pela rodovia "interpraias", rodeada de megaempreendimentos como resorts, condomínios, parques temáticos e alguns terrenos ainda virgens, com bastante vegetação. Na zona urbana de Cancún continuavam os megaempreendimentos, especialmente ao lado do mar, mas com alguns restaurantes, lancherias ou lojas menores intermeados. É interessante saber a história de Cancún, que foi implementada a partir da visão do governo de que o turismo trazia mais divisas do que muitos outros produtos mexicanos. Até os anos 70, praia, no México, era sinônimo de Acapulco e a ilha onde atualmente é Cancún, uma grande fazenda de coco, apenas. Chegamos no acesso à Playa Tortuga, de onde saem os barcos para Isla Mujeres e, como chegamos cedo, não havia tanto movimento neste "embarcadero". O mar lindo, com vários tons de azul, areia branquinha, água de temperatura agradável. Somente o vento que era demais, não convidava a ficar muito tempo na sombra dos guarda-sóis. Caminhamos por um tempo, vendo as casas, quiosques construídos sobre decks de casas particulares, onde não havia ninguém, exceto os funcionários limpando o jardim, as casas e piscinas. Depois de um tempo caminhando e um bom banho de mar (nesse local quase sem ondas), voltamos à Playa Tortuga onde sentamos em uma mesinha na areia e pedimos uma guacamole, fritas, iscas de peixe, água e cervejas. Tomamos mais uns banhos de mar e decidimos seguir de carro para o sul, para conhecer mais uma praia de Cancún. Escolhemos Playa Delfines, onde o estacionamento é gratuito (há flanelinhas que solicitam a propina que se quiser dar, bem como para acesso ao banheiro) a faixa de areia é bem mais larga e fofa, difícil de caminhar. Ficamos à sombra de um guarda-sol de palha que faz parte da estrutura do local, ao lado de uma casinha de salva-vidas. Mal a Luísa entrou na água, até o quadril, já foi advertida com apitos do rapaz. O mar era bem agitado, com bastante onda, percebemos que apenas surfistas estavam na água. Algumas pessoas se divertiam bem no raso. O Artur caminhou bastante, até fugir da visão do salva-vidas para entrar mais no mar e depois o Ricardo foi atrás. Aproveitaram bem as ondas … Como não podia deixar de ser, fizemos um lanchinho mexicano acompanhado de uma excelente jarra de limonada de hortelã (com bastante hortelã). A guacamole, sem limão e tomate, não agradou. A taquería que escolhemos para lanchar ficava no lado oposto ao mar, à beira da enorme lagoa que existe entre a ilha e o continente. Havia até um jacaré junto ao restaurante. Retornamos a Playa del Carmen, passando pela ponte que liga Cancún ao continente e nos impressionando com os pórticos dos condomínios e resorts da estrada, um mais imponente que o outro. Já em Playa del Carmen, a janta foi num restaurante italiano bem bacana e bastante frequentado, pertinho do nosso apto, onde a pasta matriciana que compartilhamos era muuuito picante. Compramos sanduíches na cadeia de lojas de conveniências OXXO e bolinhos para agilizar o nosso café da manhã já que queríamos chegar cedo a Chichén Itzá, Patrimônio Cultural da Humanidade e uma das novas maravilhas do mundo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário