quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Puerto Escondido


Dia 08 de janeiro, quarta

Saímos cedo para pegar a estrada de 7h para o litoral do Pacífico, mas antes passamos na excelente padaria Boulenc e pegamos sanduíches, sucos e cafés. O trajeto inicialmente foi bem sinalizado, mas logo se tornou um zigue-zague tremendo, sem acostamento e, em muitos trechos, sem qualquer sinalização e até mesmo estrada de terra. Bem, a serra tinha paisagens de vegetação seca na maior parte do tempo, mas havia alguns vales verdes com árvores mais altas, mangueiras, ipês... A estrada exigia atenção constante, além da péssima sinalização e inúmeras curvas, a cada povoado vários "topes" (lombadas e redutores de velocidade) e muitos animais soltos na estrada - perus, cachorros, vacas...Chegamos na cidade de Puerto Escondido à tarde, achamos o pequeno El Hotel (reservado pelo Booking durante o caminho), o calor era grande, colocamos roupa de banho e chegamos pelas 17h a pé na bela e pequena baía da praia de Puerto Angelito, onde muita gente se divertia na água suuuuper agradável e transparente. Logo o sol se pôs atrás de umas pedras, sendo que o Artur e o Ricardo caminharam até lá para assistir. Nos chamou a atenção que as pessoas, de todas as idades, tomavam banho de roupa - somente os estrangeiros que usavam roupa de banho mesmo!! Dizem que a temperatura no verão é quase insuportável, apesar de ser época de chuvas. Tomamos umas cervejinhas Victoria e aproveitamos mais um tempinho na praia antes de irmos tomar banho no hotel e sairmos para jantar no calçadão à beira mar na praia de Zicatela, a maior delas é famosa pelo surf no verão (agora praticamente não há ondas). Comemos pizzas e massas, depois ainda tomamos um sorvete. Neste lado do México não vimos brasileiros. Os turistas são, em geral, norte-americanos, europeus ou de outras partes do México.




Dia 09 de janeiro, quinta

Gostamos tanto do ambiente das praias, com o mar quentinho e limpo, que decidimos ficar mais uma noite. Nos foi indicado um local na mesma rua do hotel para o café da manhã, La Juquileña: segundo o rapaz do hotel, "bueno, bonito e barato". O estabelecimento, de esquina, grande, com pé direito bem alto, e ventiladores grandes que giravam lentamente, estava quase lotado. Os clientes eram apenas mexicanos e podemos ver o mais típico desjejum local. Muita tortilla, é claro, carnes, feijão, pimenta, alguns pediam ovos e frutas e também copos enormes de suco. O acompanhamento dos ovos mexidos sempre é feijão e tortilla. O Renan e O Artur se deliciaram, já que estavam com saudade de um feijãozinho. Qualquer outro prato que se peça (empanada, quesadilla, tacos etc) é feito do mesmo tipo de tortilla. Artur pediu água da jamaica (não estava muito boa) e o Ricardo uma água de arroz (que era um leite de arroz com canela, gostosinho). Deixamos roupa para lavar na lavanderia ao lado do hotel e fomos conhecer outras praias: inicialmente Zicatela, que estava vazia - a enorme faixa de areia muito quente e os restaurantes que ofereciam cadeiras, guarda-sóis, gazebos, vazios. Tomamos banho. Novamente o mar, maravilhoso, mas sem onda. Caminhamos um trecho da praia, depois o Ricardo foi a pé até o limite sul da faixa da praia e fomos buscá-lo de carro, em um lugar onde havia mais gente, num clima mais hippie, até mesmo algumas mulheres de topless. Dali seguimos para conhecer a praia indicada como das mais bonitas de Puerto Escondido: Carrizalillo. A informação se confirmou - linda, a pequena baía é acessada por cima, numa longa escadaria que leva até a areia. Muitas barracas com guarda-sóis, casinhas com teto de palha, espreguiçadeiras ocupadas ofereciam petiscos e bebidas. Nessa praia a maioria era de turista estrangeiro, mas também muitos mexicanos aproveitavam o dia lindo. A alguns poucos metros da beira, já fica bem fundo, mas se continua enxergando os pés tranquilamente, tal a transparência da água. Em todas as praias há pessoas oferecendo passeios para ver baleias e golfinhos. O Artur nadou com uma grande tartaruga e o Ricardo se espetou todo em um ouriço junto às pedras, depois a garçonete que nos serviu na praia trouxe uma agulha, mas não foi possível retirar os espinhos dos pés, mãos e joelhos…Às 16h30 seguimos para a praia Bacocho - Baía Costeira Chica de Oaxaca! Ali há um projeto de conservação de tartarugas marinhas e sempre às 17h se pode participar do ritual de liberação de filhotes recém-nascidos. Ouvimos explicações interessantes dos voluntários do VIVAMAR, que, apesar de não ser tão organizado como o projeto TAMAR, trabalha bastante nas praias da região. Cada pessoa que queria liberar tartaruguinhas pagava 100 PMX. Nós não pagamos, apenas assistimos...e não nos arrependemos, pois depois de todo aquele romantismo e explicações sobre os esforços conservacionistas, cada filhotinho liberado lutava para chegar até o mar enquanto era caçado pelas gaivotas que chegavam, atraídas pelo evento. Quase todas foram jantadas pelas aves. Entre decepcionados e brabos, alguns gritavam, assoviavam, partiam para a piada cantando “asesinas” “justicia”, sendo que um dos voluntários do projeto reprimiu essas manifestações dizendo que “não podiam gritar esse tipo de coisa”. Essa foi a parte engraçada nesta tragédia anunciada. Assim que o sol se pôs no mar, a lua cheia nascia no lado oposto. Um lindo visual, mas isso não permitiu que fizéssemos a próximo item da lista: visualização de bioluminescência, fenômeno que ocorre em uma lagoa a 19km de Puerto Escondido. Chegamos a ir até o local e ouvir as explicações e alternativa que o pessoal usa em noite tão clara: fazem uma tenda sobre o barco para tapar a luz da lua, mesmo assim, era preciso entrar na água e se veria em torno de 80% do fenômeno. Nessas condições e, como todos nós já havíamos visto algo do gênero, desistimos do programa. Nosso jantar foi no famoso e tradicional restaurante Cafecito.



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