domingo, 19 de janeiro de 2020

de Campeche a Puebla


Dia 19 de janeiro, domingo

Café da manhã no restaurante La Parroquita, pertinho da catedral, um ambiente agradável e bem típico decorado com as coloridas bandeirolas recortadas. Depois, fizemos algumas fotos na praça do coreto vazia. Pegamos a estrada para Champotón, que beira o mar por um bom trecho e revela uma série de pequenos embarcaderos e molhes com barquinhos de pesca, todos brancos e azul claro. Muitos pelicanos no mar incrivelmente parado desde Campeche, o que lembra uma grande lagoa de águas azuizinhas. Logo na saída da cidade de Campeche, um empreendimento da refinaria da PEMEX - Petróleo Mexicano, empresa dos postos de gasolina em que abastecíamos em geral, por aceitar cartão. Nosso último mergulho no México seria nos balneários do povoado de Miguel Colorado, onde existem pelo menos 7 cenotes, sendo dois que visitamos nesse dia. A comunidade local é proprietária e administra o parque, cobram barato o ingresso e tem ótima estrutura para caiaque e tirolesa. Depois de 2h30min e de andarmos por uma estradinha bem solitária em zona rural, estacionamos no balneário, que é ligado a uma reserva florestal de 8.000 hectares e abriga onças, pumas, roedores de diferentes tamanhos, outros pequenos mamíferos e aves migratórias, também tem cavernas com muitos morcegos. Na trilha que fizemos com guia, vimos macacos-aranha e, novamente, macacos saraguatos, que emitiam seus uivos superfortes e eram ouvidos ao longe. Já no início do percurso fizemos a tirolesa, com duas linhas, de 270m cada uma, sendo uma de 80m de altura e outra de 90m de altura sobre o redondo cenote Azul (que nessa época é esverdeado). Foi lindo sobrevoar aquele paraíso de águas emolduradas por árvores verdinhas vendo lá embaixo pessoas nadando e os caiaques coloridos. Depois da tirolesa, descemos por trilha e também andamos de caiaque e nadamos na água do cenote, muito agradável. Já de volta à autoestrada, nossa direção era a cidade do México. Passamos por plantações de cana-de-açúcar e bananeiras até chegarmos à noitinha em Villahermosa, point dessa noite. A cidade é grande e não muito turística. Tivemos oportunidade de conhecer pouca coisa, após nos hospedamos no bom hotel da rede Sleep Inn (bem no centro, com estacionamento e ótimo café da manhã) e sair para buscar restaurante para jantar, o que não foi nada animador. Sendo domingo à noite, num centro comercial de uma cidade grande, os pequenos restaurantes ou lancherias da praça a duas quadras do hotel eram nada convidativos e, quando vimos ratos revirando os sacos de lixo em frente a esses estabelecimentos, voltamos à tranquilidade e limpeza do hotel para lanchar. Ou melhor, o Ricardo e o Artur ainda se encorajaram de ir procurar uma pizzaria e conseguiram jantar uma pizza vegetariana - pedindo para retirar os 3 itens de carne do sabor que escolheram.



Dia 20 de janeiro, segunda

O dia amanheceu chuvoso e com neblina. Após o completíssimo café da manhã, com opção de feijão com arroz, omelete, batata com legumes e banana frita, além de frutas, cereais, iogurte, leite, pão, bolo, café e suco (!!!) Saímos rumo à Puebla. Na estrada havia, eventualmente, algumas barreiras militares de verificação, assim como em outros estados. Também nos chamou a atenção a venda de papagaios (sim, o animal!) bem ao lado de uma barreira do exército, ou seja, aparentemente esse tipo de comércio é legal. No caminho, muita plantação de cana e também de abacaxi. Forte presença da polícia federal e exército sempre. Quase tivemos um contratempo por conta de termos nos passado no abastecimento de combustível, quando o Ricardo se deu conta, o painel já estava piscando, avisando que havia pouca gasolina. A sorte foi que 12km à frente havia um posto, que não são muito frequentes em todas as estradas em que andamos. O clima ia mudando aos poucos durante a viagem, cada vez mais frio. Muuuitas praças de pedágio. Somente nesse dia, pagamos o equivalente a mais de 150 reais até Puebla! Chegamos à tardinha em Puebla de Los Ángeles e achamos o hotel Gala, superbem localizado, na quadra ao lado do Zócalo e da Catedral. O prédio em que está o hotel é tombado pelo patrimônio histórico, sendo do século XVI, por isso não pode sofrer alterações estruturais - não tem elevador e nem ar condicionado. Foi o primeiro teatro da cidade. Muito bacana, com um enorme portal, pátio interno com fonte e pé direito altíssimo nos quartos. Logo após nos instalarmos, saímos para comprar artesanato no excelente mercado El Parián, a poucas quadras e que oferece as especialidades da região: cerâmica Talavera e doces típicos. Depois ainda deu tempo de conhecer a praça central e jantar num restaurante onde nos despedimos do México com enchilladas aos 3 moles (molhos: verde, vermelho e o de chocolate – este é o famoso “mole poblano”), o Artur foi de lasanha de huitlacoche - um fungo que ataca o milho e é considerado uma iguaria por aqui...E bebemos uma dose de mezcal, que veio servida com um sal próprio ("sal de gusano”, uma mistura de sal, pimenta e vermes desidratados do agave) e fatias de laranja, além de cervejas Victoria. Puebla é uma cidade grande, com lindo centro histórico, museus e igrejas que infelizmente não tivemos tempo de visitar. Aparentemente está bem preparada para o turismo, toda a fiação já é subterrânea na parte antiga, excelentes restaurantes e lindos prédios. Apesar disso, não se vê muito turista estrangeiro.




Dia 21 de janeiro, terça

Tomamos o simples café no terraço do hotel bem cedinho, apreciando a catedral e o vulcão Popocatépetl com seu pico nevado que fumegava ao longe. Em seguida zarpamos para o aeroporto na Cidade do México, a 2 horas de distância. Assim terminava nossa aventura mexicana. Vinte dias de muito aprendizado, diversão e experiências interessantes. Saldo muito positivo, país maravilhoso, com povo acolhedor, seguro nos locais por onde andamos, exceto pela ação dos policiais que acharam uma oportunidade de nos "roubar" na Cidade do México.

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