sábado, 24 de outubro de 2009

Rocha, Uruguai

10, 11, 12 e 13 de outubro
Pois é ... fomos deixando tudo pra resolver depois. Pra onde ? Quando ? Quem vai? O povo foi desistindo e sobramos só os de casa. Vai, não vai, vai! Então, vamos pra La Paloma no Uruguai.
Saimos de casa passado das 11h, afinal era sábado e o povo todo tava cansado. E, fomos indo.
Entramos em São Lourenço para almoçar. Uma traíra na beira da Lagoa tem o seu valor.

Muitas casas de veraneio e pousadas na beira da lagoa. Mas, com o vento que estava, muito pouca gente andando por ali.
Entre as casas e a lagoa, tem a avenida beira-lagoa e uma praia de areia com muitas árvores e lugar para descansar. E, na beirinha, alguns lugares com areia e outros com aquele monte de junco. Como todas as lagoas. Mas, o mais legal em São Lourenço são as ciclovias espalhadas pela cidade e a preferência no trânsito para elas. Muitos lugares de estacionamento de bicis também.
Deatardinha, depois de passarmos por 5 (cinco) pedágios (R$6,50; R$6,00; R$6,80; R$6,80; R$6,80) numa asfalto meia-boca, chegamos na praia do Cassino em Rio Grande. A maior do mundo! Fomos pela areia até os molhes da barra, que não tem mais o glorioso vagãozinho com vela que levava a gente, pelos trilhos, até a beira dos molhes. Na praia só algumas pessoas pescando e o pessoal do kite surfe próximo aos molhes.

Ali me deu uma vontade de ir para o Chui pela beira da praia. Fazer os 200km da maior praia do mundo. Mas, conversando com os frentistas dos postos mais um cara que já tinha feito o trajeto algumas vezes pela FURG, fui fortemente desencorajado. Vinha chovendo muito, os 4x4 estavam sofrendo para andar por ali e dependendo da maré e das cheias das lagoas, a praia some e o único caminho são as dunas. Esta fica anotada para a próxima.
Acabamos dormindo em Rio Grande. E, na manhã seguinte, ainda fomos ao cais para me informar sobre as balsas para São José do Norte. Para pedestres tem a toda hora. Mas, para carros, somente às 8h, 13h e 16h nos dias de semana.
O caminho para o Chui está muito bonito. Desde Pelotas já se vê muita água por tudo. Os cavalos e vacas dentro dos banhados comendo e bebendo e muitas flores amarelas por todo o caminho. Parece até plantação. Nunca vi o Taim tão cheio. Uma quantidade enorme de capivaras, com suas capivarinhas e capinchinhos, pastando e tomando banho de sol e muitos pássaros. Infelizmente, muitos bichos mortos na beira da estrada. Na ida pegamos uma chuvarada, mas na volta, muito sol pra ver tudo.
Como chovia no Chuy, ou Chuipisilon, do lado uruguaio, aproveitamos para adiantar as compras de natal e comprar vinho. Cada pessoa pode trazer 24 garrafas de lá, de qualquer coisa. Se bobear, até Pomelo dá pra trazer. E ainda, desta vez, descobri que o glorioso restaurante Jesus, na avenida que separa os paises, se chama Jesus simplesmente porque o nome do dono é Jesus. Só isso. Simples assim. Mas, se tu quiser encontrar Jesus, venha pra cá que a parrillada é das boas.
Como não pretendíamos ir para o Uruguai, não fizemos a famosa carta verde, que é o seguro exigido para os carros brasileiros entrarem no Uruguai, e também em outros países da América do Sul. É fácil fazer no Banco do Brasil, mas era domingo. Então descobrimos que na beira da estrada, entre a aduana e a fronteira, tem umas casas que vendem as ditas cartas. Eles compram antes e esperam os esquecidos e desplanejados como nós para vender com ágio. O que fomos primeiro disse que já tinha vendido 20 no final de semana e já não tinha mais. Acabamos comprando num carro lanche em frente ao posto Ipiranga dentro da cidade. A coisa é no mínimo duvidosa, porque eles te vendem a carta sem nenhuma autenticação de pagamento e tu tem que confiar que eles vão pagar depois. O fato é que a polícia uruguaia aceita assim. Mas sei lá a porcaria que pode dar caso aconteça algum acidente do lado de lá.
Chegamos em La Paloma chuviscando e já escuro. Na segunda-feira era feriado no Uruguai também (só descobrimos isto lá), então os hotéis estavam lotados. Fomos procurar na zona balneária de La Paloma e realmente por lá tem muitas cabanas e algumas pousadas e hotéis. Mas,  estava um breu e tudo cheio. Acabamos em um hotel bem no centro da cidade bem mais ou menos. O incrível é que mesmo com a cidade lotada de turistas não se vê gente nas ruas. Talvez o tempo, não sei.








Na manhã de segunda fomos conhecer o balneário da noite anterior com luz do dia e sol. A chuva se mandou para o Brasil. É ali mesmo que o povo vai no verão. Tem lugar para estacionar, casinhas de salva-vidas, dunas, areia e mar gelado. Depois fomos até a Laguna de Rocha, que fica ao sul de La Paloma, mas só é possível chegar até lá voltando um pouco pela estrada. De chão, é claro. É uma laguna enorme com muitas dunas entre ela e o mar.
Então, nos tocamos para Cabo Polônio. Pra quem não sabe, é uma praia onde só é possível chegar de 4x4. Deixamos o carro em um estacionamento ao lado da estrada e pegamos os caminhões que vão pra lá a cada hora. Depois de muitas dunas e vento chegamos na vila, que não tem luz nem água encanada.





A luz só chega para alimentar o farol. Ali vive uma comunidade hippie e tem muitas casinhas espalhadas para aluguel de temporada e um hotel com gerador. Dava pra fazer um ensaio fotográfico só com as casas.














Os lobos marinhos, nesta época estão nas pedras na beira da praia. É possível parar razoavelmente perto e ter uma vista bem boa dos ditos e suas brigas. Subindo os 132 degraus do farol é possível ver toda a região. Lá em cima o guarda ainda contou que o Jorge Drexler ficou sentado uns 4 dias nas pedras ali debaixo para compor "12 segundos de oscuridad"  e que já tinha vindo um espanhol visitar o farol só por causa da música. Ainda almoçamos no restaurante do hotel que fica em cima das pedras da praia. Também dá pra ir a pé, 3 horas pela beira da praia até Vallizas, que é uma cidadezinha um pouco maior e mais ao norte.








Saímos a tardinha de Cabo Polônio com uma luz muito boa e pra ver o gado, ovelhas e uma enormidade de palmeiras nativas na planície, ou llanura como diria o seu Borges, sem fim daqui.


Resolvemos dormir em Punta del Diablo, que já é uma vilinha maior, onde vai muita gurizada surfar e veranear. Tem hostels, cabanas e hotéis também. Paramos numa pousada muito boa, com um janelão pra praia. Em Punta de Diablo tem que levar dinheiro, eles não tem maquineta pra cartão em lugar nenhum. Segundo o dono da pousada, o veraneio por lá só começa depois do natal. Punta del Diablo já tá bem crescidinha, muitas casinhas de veraneio sendo construídas, mas ainda não tem rua calçada (ainda bem).
Os preços de hospedagem no Uruguai estão bem bons pros brasileiros e a comida é um pouco mais barata também. E lá, se come bem.
Na volta uma viagem tranquila, olhando as capivaras no Taim e as crianças chorando ao assistir o filme "Sociedade dos Poetas Mortos". Lembram ? Vão dizer que não choraram também ?




Um comentário:

  1. Muitos pedágios para pagar? Seus problemas acabaram! Compre uma moto djá! Uma para cada membro da família, por supuesto...

    Abração!

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