quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Barra Grande

Quarta-feira, 1 de novembro
Viagem de casal: apenas Ricardo e Débora. Saída 8h30: Poa/ Brasília/ Ilhéus. Pouco tempo para mudar de aeronave na capital - foi uma correria. Optamos por levar apenas bagagem de mão nesta viagem. Chegamos às 12h45 na cidade baiana, aeroporto Jorge Amado, avistando a cidade, o rio de Contas e o mar. Aliás, o piloto tem de ser bom, pois a pista inicia no rio e termina no mar! Pegamos o carro, alugado previamente, e fomos conhecer um pouco do centro de Ilhéus, a orla, a parte histórica, prédios referências nas obras de Jorge Amado, como o Vesúvio - restaurante agora todo reformado que fica lotado de gente para almoçar no buffet, lanchar nas charmosas mesinhas internas ou simplesmente tomar uma cerveja na calçada da famosa esquina. Junto às mesas externas, uma simpática estátua do escritor, sentado em um banco, convida para uma foto em parceria. Tomamos um sorvete na Ponto Chic, logo em frente ao Vesúvio, onde escolhemos sabores de cacau/umbu, cajá / tapioca, para entrar no clima do nordeste e em seguida partimos, rumo norte. Passamos pelas regiões denominadas Costa do Dendê e Costa do Cacau. Bastante diferente da vegetação do norte do estado, aqui o clima é bem menos seco, há mais verde, rochas até a beira do mar. Passamos por Itacaré e seguimos mais ao norte. Foram 120km até Camamu, onde imaginávamos que haveria uma balsa para seguir, com o carro, pela linda e grande baía, até Barra Grande. Havíamos, porém, sido mal informados e não há essa opção, ou seja, as pessoas deixam o carro em estacionamentos de Camamu e seguem de lancha até as praias de Barra Grande. Bem, como queríamos ter o carro por lá, voltamos uns 40km na estrada até o acesso por estrada de chão para Maraú e Barra Grande. A estrada é péssima e já estava anoitecendo, já que aqui no nordeste não há horário de verão. Chegamos à noitinha no vilarejo do final da península e a pousada que reservamos pelo Booking - HTL Tubarão - estava deserta! Levou um tempo para que um rapaz que chegou por lá nos orientasse a ir até outra pousada do mesmo grupo e explicou que estavam consertando um problema na fossa do local, por isso haviam deslocado os hóspedes por 1 noite. Foi uma boa noite, na pousada HTL Terramar, limpa e novinha. Saímos para caminhar no povoado, que tem uma vida noturna bacana, simples, pé na areia. Em uma praça animada com música ao vivo, ao lado de uma igrejinha linda, branquinha e singela, há artesanato exposto, lojinhas, mercadinhos e agências de turismo oferecendo diversos tipos de passeios. Jantamos uma moqueca num restaurante bem legal, pertinho do Terramar.

Quinta-feira, 2 de novembro
Choveu muuuuito na madrugada e pela manhã continuou chuviscando até a hora em que tomamos o café da manhã. Aproveitando uma estiada, fomos até a orla, desviando das enormes poças d'água e cruzando pela mata de cajus, cacaus e pitangas. Percebemos que a pousada Tubarão é muito bem localizada - em frente ao movimento noturno da praça, na beira do rio/mar, possui uma "barraca" de praia (na verdade, é um bar/restaurante) bem frequentada e fica ao lado do atracadouro das lanchas e barcos que chegam de Camamu. Caminhamos na areia até o encontro da baía com o mar e ainda mais um pouco além, passando por praias desertas, muito coqueiro, vegetação até bem pertinho do mar. Neste dia, como eventualmente chuviscava, não tivemos muito interesse em entrar na água. Sentamos para descansar no muito descolado Ôh Bar! de propriedade de uma artista plástica gaúcha, de Caxias do Sul, que transforma todos os resíduos sólidos do seu empreendimento em arte. Cardápio bem trabalhado, carta de vinhos com harmonizações feitas pela nora, Ôh Bar! é um destaque. Comemos uma salada de manga e polentas brustoladas (tinha que ser coisa de Caxias!) com cogumelos grelhados e uma caipirinha. Uma delícia! Na Ponta do Mutá, que é o local de Barra Grande onde fica a esquina da baía com o mar, há muitos bares assim, com ambientação de lounge, decoração legal, tudo simples, mas bem bonito. Mais tarde finalmente nos acomodamos na pousada HTL Tubarão, que é mais rústica, com vários detalhes bonitos de toras de madeira, mais antiga. Ao final da tarde (16h, pois o sol se põe pelas 18h) , caminhamos pela areia para o outro lado, ou seja, para dentro da baía e vimos o pôr do sol da Barraca da Rô, point famoso, que tem um deck de onde se avista realmente um espetáculo de cores refletidas na água do rio da Serra. O grande inconveniente é o preço - sem olhar no cardápio, pedimos uma caipirinha pela qual nos cobraram R$ 27,50 (incluídos os 10%). É o fim do mundo ou não é?! Imaginamos que isso se deva à quantidade de gente que desfruta do lugar à tardinha e não consome nada, mas não era necessário este exagero! O único horário em que não choveu neste dia foi à tardinha, Novamente nossa noite foi de caminhar pela pracinha e arredores e, como chovia eventualmente, nos abrigávamos em lojinhas. Jantamos moqueca mais uma vez - era saudade da Bahia - em uma simpática galeria com excelente música brasileira ao vivo.

Sexta-feira, 3 de novembro
Alerta para próximos viajantes / hóspedes - havia bastante mosquito no quarto e o ar condicionado não os espantou! Importante comprar mat inset! Num local tão natural, cheio de mata e água, afinal, isso já era de se esperar...ainda por cima: mais uma vez, choveu muito na madrugada e houve um estouro pelas 5h que significou um dano no fornecimento de energia, que duraria boa parte do dia. O café da manhã é servido na outra sede da HTL, à qual, apesar de ser próxima, tivemos de ir de carro, tal a quantidade de poças d'água e barro! O dia foi mais ensolarado e caminhamos bastante pela praia depois de tomar um drink no Ôh Bar! e conhecer a proprietária. Desta vez foram muitos km pela areia fofa e inclinada, nada favorável para o passeio! Nesta caminhada, conhecemos um casal de cariocas, com o qual almoçamos na praia dos Coqueiros, no único e bem frequentado restaurante da beira mar da localidade, exatamente quando iniciou uma chuvarada, pelas 15h. Eles nos contaram uma história muito engraçada: no dia anterior, perderam a placa do carro, também alugado, numa das enormes poças de lama em que havia se transformado a estrada. Pagaram um menino, que estava por lá, para procurar a placa. O guri achou 3 outras placas e não a deles!!!! Já estávamos com medo da volta para Itacaré no dia seguinte... Descansamos à tardinha, já que "não deu por do sol" e à noite jantamos num ristorante italiano. Muito bom!

Sábado, 4 de novembro
Café da manhã cedo, já com a bagagem no carro, para seguirmos pela península com calma e enfrentar a buraqueira da estrada. Nosso objetivo era aproveitar para ir parando e conhecer mais duas praias próximas, antes de chegarmos à rodovia BA001. E deu tudo certo: dia lindo, ensolarado, não houve problemas com o carro. Conseguimos chegar cedo - às 9h30 - em Taipu de Fora e ver o melhor momento do dia das piscinas naturais que ficam bem na beira da praia. É preciso acompanhar a tábua das marés para acertar o horário e estava lindo! Água clara, um pouquinho revirada, talvez em função das chuvaradas dos dias anteriores, mas não atrapalhou. A praia é extensa e linda. Há uma estrutura para comer etc. Como era sábado, em meio a "feriadão", chegar cedo também foi fundamental. Aproveitamos para mergulhar de snorkel, que trouxemos conosco. A cada 15minutos chegava mais uma jardineira lotada de turistas, famílias inteiras, carregando seus coolers, acessórios de mergulho. Muita gente se espalhava pelas piscinas. Bem na beira já era possível ver cardumes de peixes amarelos e pretos e outros prateados, nadando entre as pessoas, mas o Ricardo, que foi mais longe, disse que não viu tantos peixes diferentes e nem em grande quantidade, imagino que pela grande exploração do turismo. Pouca gente se aventura a ir com carro pequeno, que não seja 4X4, a esses lugares, inclusive a Barra Grande, pelas condições das estradas, então, as jardineiras e os quadriciclos são meios de transporte muito comuns. Quadriciclos podem ser alugados em Barra Grande por R$130,00 a diária e vimos alguns com até 4 pessoas em cima! Continuamos rumo sul, parando um pouco antes de Algodões, na praia onde o banho foi muito bom e comemos o melhor petisco de peixe da temporada. Na barraca do Raul, local muito simples, nos serviram uma enorme porção de sardinhas com farofa e uma cerveja beeeem geladinha. Uma ducha fresquinha para tirar a areia e o sal do corpo nos revitalizou e preparou para a viagem até Itacaré. Barra Grande é um destino que merece mais dias, tem muita coisa para se fazer, entre passeios de barco, cachoeiras, rios, lagoas, povoados ribeirinhos. Fizemos pouca coisa. E a grande dica é deixar o carro em Camamu e usar as jardineiras ou quadriciclos mesmo.

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