sábado, 4 de novembro de 2017

Itacaré




Sábado, 4 de novembro
Chegamos em Itacaré pelas 17h. A pousada Mar Ilha que reservamos foi uma grande dentro. Super bem localizada, é muito limpinha, agradável, novinha e tem quartos bem completos. Conversamos com a Marcela, recepcionista que posteriormente soubemos ser de Porto Alegre e ter estudado e se formado no Colégio Americano (só pra variar), que nos indicou para irmos até a Praia da Conchas e na sua extremidade, a Ponta do Xaréu, que é onde o povo se reúne para ver o pôr do sol. Tão interessante quanto o pôr do sol e as cores que ele imprimia nas nuvens ao redor do farol em frente à praia da Concha, era observar o volume das águas do mar e do rio de Contas se encontrando bem em frente, na Ponta do Xaréu. O movimento e a força deste encontro na curva do rio, que termina bem em frente ao centro histórico de Itacaré é lindo de ver. De acordo com a maré, varia muito esta visão. Itacaré tem uma região nova de pousadas mais arrumadinhas, um centro histórico com vários estabelecimentos que vem sendo aos poucos revitalizados e também uma região bem pobre, especialmente na entrada da cidade, pendurada nos morros, como favelas. Tudo é bastante simples, sem ostentação. Há alguns hotéis boutique ou de charme, mesmo esses, são despojados. Mais tarde caminhamos no calçadão da rua Pedro Longo, que concentra todo o comércio noturno, restaurantes, lojas de artesanato etc tudo acontece ali à noite - gente de muitos lugares se encontra na cidade, que vive quase que exclusivamente do turismo. Compramos sementes de cacau torradas (naturalmente, ao sol), a granel, para levar e aprendemos que as sementes fracionadas, em pedaços, se chama "nibs" - algo como flocos da semente do cacau. Se usa nibs em muitos doces, pratos, é interessante. Jantamos um ótimo prato de camarão com leite de coco e abacaxi e depois, comemos o "petit gateau de Itacaré", que é a banachoc (banana da terra recheada de chocolate, empanada na tapioca e acompanhada de sorvete de coco) invenção de um gaúcho, que teve restaurante na zona sul de Porto alegre e se mudou para Itacaré em função do clima e da qualidade de vida. A ideia dele é abrir uma franquia, já que o sucesso das suas variações de banana recheada é grande.

Domingo, 5 de novembro
O café da manhã na pousada é top - tudo fresquinho, produzido no local. Destaque para o cuscuz de tapioca e o bolo de milho! Algo que comprovamos conversando com outros turistas foi a gentileza de todas as pessoas que encontramos na viagem. Para oferecer informações, para atender em restaurantes, para vender água, oferecer passeios ou cadeira na praia - ninguém é insistente, nem chato. Todos muito agradáveis. Neste dia, aceitamos mais uma vez a orientação da Marcela e fizemos um "day use" na praia de São José, à qual se acessa por um condomínio particular e se paga R$ 60,00 por pessoa de consumação para aproveitar a estrutura de um restaurante com piscina na beira do mar em um local lindo, que era de um resort, que faliu. O atual locatário mantém um serviço de bar e restaurante bem legal. Atravessando um riozinho raso se acessa umas rochas com uma piscina natural muito boa, onde ficamos sozinhos por uns 30 minutos e depois, caminhamos por uma estrada até a Prainha, linda, linda - considerada em algum ranking por aí como uma das 10 mais bonitas do Brasil. Nesta praia também havia pouquíssima gente, apesar de ter acesso por uma trilha bem conhecida (mas longa) a partir do centro de Itacaré. O banho de mar ali foi maravilhoso! Mar com ondas, boa temperatura. Vimos tartarugas de cima das rochas. Um paraíso! Voltamos a São José, aproveitamos a piscina, as espreguiçadeiras, o lindo ambiente e gastamos nossa consumação em caipirinha de maracujá, cerveja, aipim frito e ceviche. No retorno à cidade ainda caminhamos pelo centro de Itacaré, já que era domingo e estava tranquilo, vimos a bonita igrejinha e alguns prédios históricos bem conservados. Depois de nos refazermos na pousada, jantamos atum selado na Villa Barracuda, um hotel boutique bem bacana que fica neste centro histórico e é de propriedade de um grupo de amigos suecos que passa temporadas curtindo o clima, as atividades ao ar livre e a tranquilidade da região.

Segunda, 6 de novembro
Mais um dia de sol!!! Hoje resolvemos fazer 4 praias mais ao sul. Deixamos o carro na estrada, onde inicia a trilha para a praia da Engenhoca. Como havia chovido na madrugada e a caminhada leva uns 20 minutos na mata fechada, com sobes e desces, em muitos lugares estava bem escorregadio. Há um clima de Jurassic Park ao final da trilha, pois no meio da vegetação aparecem umas estruturas abandonadas, muito ferro, construções de concreto, sendo tomadas pelo verde. Isso tudo é parte de um hotel que estava sendo construído e teve problemas com a liberação ambiental. A praia, para variar, é linda, tem um riozinho que desemboca na lateral e havia pouca gente. Aproveitamos o mar, banho de sol, caminhamos nas pedras. Voltando à trilha, caminhamos mais uns 15minutos para conhecer Havaizinho, nesta praia se chega de cima, a vista é linda, outro lugar encantador, com uma pequena estrutura, bem rústica - cadeiras de madeira, barraquinha com frutas e oferta de peixes, muita sombra, rochas altas dos dois lados. Adorei Havaizinho! Ainda caminhamos mais um pouco pelas rochas e trilha até Gamboa, que estava deserta e depois, retornamos toda a trilha, até o carro. Nosso último destino do dia era Itacarezinho, a praia mais extensa de todas, que pode ser alcançada pela trilha também, mas preferimos ir de carro para termos facilidade no retorno já que sabíamos que há uma ladeira enorme da estrada até o mar. A única estrutura na praia de Itacarezinho é o restaurante de mesmo nome, cujos telhados de palha em meio ao gramado bem cuidado e aos coqueiros já se avistam de cima, ao entrar no portão de acesso. Para ficar no restaurante, que ficou famoso após a participação do chef Clécio Campos no Master Chef, há uma consumação de R$ 50,00. O cardápio é muito diferenciado, os pratos relativamente caros (excelentes) e as bebidas, com preços praticamente iguais aos de outros estabelecimentos da região.  O atendimento, desde a chegada, muito bom, tudo muito lindo, com paisagismo pra lá de bonito. Encontramos, mais uma vez, o casal Ana Maria e Luciano, de Marília, que está na mesma pousada que nós.  Comemos arroz de polvo e camarão ao creme de abóbora com farofa de banana da terra e arroz de coco. É uma experiência que vale a pena, mas talvez tão bom quanto, ou melhor, foi o banho de mar ali em frente. Ondas regulares, água limpinha, temperatura excelente e uma generosa bica d'água natural correndo no canto do morro, para tirar o sal e voltar ao restaurante. Tudo melhor que o encomendado! Com o sol praticamente se pondo voltamos a Itacaré e ainda assistimos da Ponta do Xaréu, a mais um pôr do sol. À noite não tínhamos muita fome, então, comemos tapioca com carne de sol e banana da terra (sim, aqui, essa banana vai do café da manhã, onde é servida cozida, ao jantar) e pra arrematar um sorvetinho.

Terça, dia 7 de novembro
Dia curto, dia de volta! Separamos esta manhã para conhecer as praias da cidade (exceto a da Concha, onde já havíamos caminhado e não nos chamou a atenção para banho), as quais podem ser acessadas tranquilamente a pé desde a pousada. Em poucos minutos, depois do café da manhã, estávamos em Resende, Tiririca (essa cheia de surfistas) e Ribeira. Todas muito legais para banho, acessíveis pela rua ou pelas pedras, de uma enseada para outra. Assim foi o final dos nossos dias de sol e praias lindas, com gente legal, comidas maravilhosas em um clima baiano perfeito! O resto foi retorno: saímos da pousada ao meio dia, chegamos no aeroporto de Ilhéus às 13h50 e embarcamos às 15h45 para Brasília e depois, Portinho!







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