sábado, 24 de outubro de 2009

Rocha, Uruguai

10, 11, 12 e 13 de outubro
Pois é ... fomos deixando tudo pra resolver depois. Pra onde ? Quando ? Quem vai? O povo foi desistindo e sobramos só os de casa. Vai, não vai, vai! Então, vamos pra La Paloma no Uruguai.
Saimos de casa passado das 11h, afinal era sábado e o povo todo tava cansado. E, fomos indo.
Entramos em São Lourenço para almoçar. Uma traíra na beira da Lagoa tem o seu valor.

Muitas casas de veraneio e pousadas na beira da lagoa. Mas, com o vento que estava, muito pouca gente andando por ali.
Entre as casas e a lagoa, tem a avenida beira-lagoa e uma praia de areia com muitas árvores e lugar para descansar. E, na beirinha, alguns lugares com areia e outros com aquele monte de junco. Como todas as lagoas. Mas, o mais legal em São Lourenço são as ciclovias espalhadas pela cidade e a preferência no trânsito para elas. Muitos lugares de estacionamento de bicis também.
Deatardinha, depois de passarmos por 5 (cinco) pedágios (R$6,50; R$6,00; R$6,80; R$6,80; R$6,80) numa asfalto meia-boca, chegamos na praia do Cassino em Rio Grande. A maior do mundo! Fomos pela areia até os molhes da barra, que não tem mais o glorioso vagãozinho com vela que levava a gente, pelos trilhos, até a beira dos molhes. Na praia só algumas pessoas pescando e o pessoal do kite surfe próximo aos molhes.

Ali me deu uma vontade de ir para o Chui pela beira da praia. Fazer os 200km da maior praia do mundo. Mas, conversando com os frentistas dos postos mais um cara que já tinha feito o trajeto algumas vezes pela FURG, fui fortemente desencorajado. Vinha chovendo muito, os 4x4 estavam sofrendo para andar por ali e dependendo da maré e das cheias das lagoas, a praia some e o único caminho são as dunas. Esta fica anotada para a próxima.
Acabamos dormindo em Rio Grande. E, na manhã seguinte, ainda fomos ao cais para me informar sobre as balsas para São José do Norte. Para pedestres tem a toda hora. Mas, para carros, somente às 8h, 13h e 16h nos dias de semana.
O caminho para o Chui está muito bonito. Desde Pelotas já se vê muita água por tudo. Os cavalos e vacas dentro dos banhados comendo e bebendo e muitas flores amarelas por todo o caminho. Parece até plantação. Nunca vi o Taim tão cheio. Uma quantidade enorme de capivaras, com suas capivarinhas e capinchinhos, pastando e tomando banho de sol e muitos pássaros. Infelizmente, muitos bichos mortos na beira da estrada. Na ida pegamos uma chuvarada, mas na volta, muito sol pra ver tudo.
Como chovia no Chuy, ou Chuipisilon, do lado uruguaio, aproveitamos para adiantar as compras de natal e comprar vinho. Cada pessoa pode trazer 24 garrafas de lá, de qualquer coisa. Se bobear, até Pomelo dá pra trazer. E ainda, desta vez, descobri que o glorioso restaurante Jesus, na avenida que separa os paises, se chama Jesus simplesmente porque o nome do dono é Jesus. Só isso. Simples assim. Mas, se tu quiser encontrar Jesus, venha pra cá que a parrillada é das boas.
Como não pretendíamos ir para o Uruguai, não fizemos a famosa carta verde, que é o seguro exigido para os carros brasileiros entrarem no Uruguai, e também em outros países da América do Sul. É fácil fazer no Banco do Brasil, mas era domingo. Então descobrimos que na beira da estrada, entre a aduana e a fronteira, tem umas casas que vendem as ditas cartas. Eles compram antes e esperam os esquecidos e desplanejados como nós para vender com ágio. O que fomos primeiro disse que já tinha vendido 20 no final de semana e já não tinha mais. Acabamos comprando num carro lanche em frente ao posto Ipiranga dentro da cidade. A coisa é no mínimo duvidosa, porque eles te vendem a carta sem nenhuma autenticação de pagamento e tu tem que confiar que eles vão pagar depois. O fato é que a polícia uruguaia aceita assim. Mas sei lá a porcaria que pode dar caso aconteça algum acidente do lado de lá.
Chegamos em La Paloma chuviscando e já escuro. Na segunda-feira era feriado no Uruguai também (só descobrimos isto lá), então os hotéis estavam lotados. Fomos procurar na zona balneária de La Paloma e realmente por lá tem muitas cabanas e algumas pousadas e hotéis. Mas,  estava um breu e tudo cheio. Acabamos em um hotel bem no centro da cidade bem mais ou menos. O incrível é que mesmo com a cidade lotada de turistas não se vê gente nas ruas. Talvez o tempo, não sei.








Na manhã de segunda fomos conhecer o balneário da noite anterior com luz do dia e sol. A chuva se mandou para o Brasil. É ali mesmo que o povo vai no verão. Tem lugar para estacionar, casinhas de salva-vidas, dunas, areia e mar gelado. Depois fomos até a Laguna de Rocha, que fica ao sul de La Paloma, mas só é possível chegar até lá voltando um pouco pela estrada. De chão, é claro. É uma laguna enorme com muitas dunas entre ela e o mar.
Então, nos tocamos para Cabo Polônio. Pra quem não sabe, é uma praia onde só é possível chegar de 4x4. Deixamos o carro em um estacionamento ao lado da estrada e pegamos os caminhões que vão pra lá a cada hora. Depois de muitas dunas e vento chegamos na vila, que não tem luz nem água encanada.





A luz só chega para alimentar o farol. Ali vive uma comunidade hippie e tem muitas casinhas espalhadas para aluguel de temporada e um hotel com gerador. Dava pra fazer um ensaio fotográfico só com as casas.














Os lobos marinhos, nesta época estão nas pedras na beira da praia. É possível parar razoavelmente perto e ter uma vista bem boa dos ditos e suas brigas. Subindo os 132 degraus do farol é possível ver toda a região. Lá em cima o guarda ainda contou que o Jorge Drexler ficou sentado uns 4 dias nas pedras ali debaixo para compor "12 segundos de oscuridad"  e que já tinha vindo um espanhol visitar o farol só por causa da música. Ainda almoçamos no restaurante do hotel que fica em cima das pedras da praia. Também dá pra ir a pé, 3 horas pela beira da praia até Vallizas, que é uma cidadezinha um pouco maior e mais ao norte.








Saímos a tardinha de Cabo Polônio com uma luz muito boa e pra ver o gado, ovelhas e uma enormidade de palmeiras nativas na planície, ou llanura como diria o seu Borges, sem fim daqui.


Resolvemos dormir em Punta del Diablo, que já é uma vilinha maior, onde vai muita gurizada surfar e veranear. Tem hostels, cabanas e hotéis também. Paramos numa pousada muito boa, com um janelão pra praia. Em Punta de Diablo tem que levar dinheiro, eles não tem maquineta pra cartão em lugar nenhum. Segundo o dono da pousada, o veraneio por lá só começa depois do natal. Punta del Diablo já tá bem crescidinha, muitas casinhas de veraneio sendo construídas, mas ainda não tem rua calçada (ainda bem).
Os preços de hospedagem no Uruguai estão bem bons pros brasileiros e a comida é um pouco mais barata também. E lá, se come bem.
Na volta uma viagem tranquila, olhando as capivaras no Taim e as crianças chorando ao assistir o filme "Sociedade dos Poetas Mortos". Lembram ? Vão dizer que não choraram também ?




terça-feira, 18 de agosto de 2009

Paris

13, 14, 15, 16, 17 e 18 de agosto - Paris

De Versalhes a Paris é um quase-nada de distância. Foi bem tranquilo, com o GPS é claro, chegar no Louvre onde teríamos que devolver o carro. O problema todo foi nos acharmos sobre como devolver o dito. Pra começar, a locação dizia para entregar na Rue de Rivoli 89, demos umas 3 voltas em torno e por dentro do Louvre para identificarmos que este número era uma das entradas do museu. Nas ruas no entorno do museu ou não tinha vaga ou era proibido estacionar. Daí o seu Ricardo resolveu deixar o carro estacionado em local proibido bem na frente do museu com todo mundo dentro. Afinal, ele só iria na Hertz perguntar onde deixar o carro e voltaria rapidinho. Entrou na entrada do Carrossel do Louvre e se perdeu no monte de lojinhas e escadas e quando voltou ... Cadê o meu povo ? Durante a busca do Ricardo, um carro da polícia francesa estacionou ao lado do nosso e começou a fazer perguntas, em francês é claro, e as respostas não saiam. Só entenderam que era para colocar o cinto de segurança e saírem do local, pois não era permitido estacionar nem parar. Daí a dona Débora, se tremendo e sem carteira assumiu o carro e saiu dirigindo. Ainda bem que não pediram documentos!!!!!!!!! Depois do Louvre tinha um estacionamento subterrâneo e foram para lá. Mas, com todo o nervosismo a Dé acabou entrando no andar dos ônibus. Só o nosso carro e um monte de ônibus de excursão de dois andares. Dali não tinha como sair sem pagar. Então, a Dé mandou as crianças e a D.Jurema esperarem o Ricardo no local onde estava o carro anteriormente e ficou ali escutando xingadas, em vários idiomas, dos motoristas dos ônibus. Enquanto isto o Ricardo ia e vinha, na volta do museu, no encalço da família perdida. Quando se encontraram, D.Jurema era a mais apavorada. Daí fomos até onde estava a Débora, minúscula entre os ônibus, conversei com o cobrador da garagem que liberou a passagem para nós e fomos estacionar no lugar onde a Hertz tinha indicado, que era neste mesmo estacionamento só que em outro andar.
Como aqui para entregar o carro é só entregar a chave e ir embora (tem até uma caixa pra deixar a chave se tu quiser e não falar com ninguém) ninguém quis me ouvir que eu tinha dado uma batidinha na frente e na porta e que o para-brisa estava trincado sei lá porque. Do para-brisa eu não tenho culpa, juro. Apareceu assim pela manhã em Blois e depois foi aumentando o tamanho ... mas deu pra chegar, sem vento na cara, até Paris.
O hotel, ou studio, era bem pertinho do local de entrega do carro e fomos a pé, puxando as malas até lá. A maior mala, puxada pelo Ricardo, já estava com a alça baleada desde Londres e já tinha perdido uns pedaços. Mas no meio do caminho até o hotel perdeu também as rodinhas ... que dureza. Sem comentários. No hotel, nos recebeu o irmão do dono, que tinha ido para a Grécia de férias. Ficamos em 2 studios, cada um com uma estrutura bem completa. Tinha de tudo, até internet wi-fi, menos o ar-condicionado, que fez falta. Uma peça bem grande e um banheiro. A localização é excelente - 50 m do Louvre. Faziamos quase tudo a pé.
Já no dia da chegada fomos para a Notre Dame. Dona Jurema e a Dé foram ver a igreja por dentro e depois a Saint Chapele. O Ricardo, Luísa e Artur foram subir os trocentos degraus até lá em cima e procurar o Quasímodo, não sem antes enfrentar uma filinha é claro. Entravam grupos de 20 pessoas a cada 10 minutos, isto explicava a lentidão da fila. Mas a vista de Paris lá de cima é fantástica. A cidade é muito plana dá pra ver tudo: 360 graus. A única parte mais alta é Mont Martre com a Sacre Coeur. O Artur estava ansioso para ver as Gárgulas e foi até de camiseta do Inter para depois enviar a foto pro site do Glorioso.




Saímos dali, margeando o Sena, passando pelos expositores de quadros e badulaques e fomos até o museu d'Orsay. Neste dia o museu fechava bem mais tarde. Esta é uma das vantagens de carregar um note com acesso a internet. Dá pra planejar e conferir algumas coisas na hora pra não perder tempo. Principalmente pra quem, como nós, não costuma planejar grande coisa. Vários museus tem programações diferentes de acordo com o dia da semana.
O d'Orsay é um Quispetáculo. A Luísa ficou completamente impressionada com todas as obras que tem lá. Tudo que ela estuda no Colégio, assim, a um palmo do nariz. Quando viu o Flautista do Mannet então ... a moça pirou na batatinha. Contagiou até o Artur. Simplesmente incrível. Ainda mais num prédio como aquele que era uma ferroviária.


Bueno, como estou escrevendo estas notas parisienses um mês depois do retorno, já não lembro mais a ordem em que as coisas aconteceram então ...
Resolvemos visitar a Torre Eiffel à noite para vermos a cidade iluminada. Saímos do hotel de a tardinha em direção ao Arco do Triunfo, caminhamos por toda a Champs Elysees com suas alamedas, restaurantes e galerias até chegarmos ao arco no final. Outros trocentos degraus e outra vista incrível. A cidade ao entardecer.









O arco em si também é grandioso, quase como o da praça Getúlio Vargas no Alegrete. Dali fomos ao passo até a torre Eiffel. Chegamos quando as luzes estavam acendendo. Tchê do céu ! Impressionante! Dava pra ficar um dia inteiro ali descobrindo detalhes grandes e pequenos e tirando fotos. Fila de uma hora mais ou menos e pegamos o elevador que leva até o primeiro patamar da torre. Dali a vista já é incrível. Logo pegamos outro elevador até o topo. Um vento desgraçado (não sabia que o minuano vinha até aqui) e uma vista absurda de toda a cidade iluminada, com o Sena e suas pontes. Ficamos um tempão lá em cima. Só saímos quando estava fechando. Já passava da meia-noite, a bilheteria estava fechada, e ainda chegava gente pra se encrontrar por ali, seja pra olhar a torre, como ponto de encontro para sair de bicicleta ou skate, para comemorar algo especial a dois, com um champanhe na mão - fiquei com a impressão de que havia uma situação em que era um pedido de casamento...No enorme largo gramado ao lado da torre dezenas de grupos de pessoas sentadas tomando um vinhozinho nacional e jogando conversa fora, mil piqueniques rolando, de várias tribos.











Voltamos pro hotel a pé. Mas, como não demos ouvidos para a Luísa, a mais orientada do grupo, fizemos uma volta muito maior que a necessária. Chegamos no hotel pelas 2 e tanto e a D. Jurema liquidada.
Num final de manhã de domingo, fomos a Mont Martre ver a Sacre Coeur e dar uma banda por lá. Pegamos o nosso primeiro metrô em Paris na maior estação do mundo: Les Halles. Um shopping Center subterrâneo enorme onde o metrô era só mais uma entrada.  Bem mais sujo e esculhambado que Londres. Mas chegamos ao destino sem problemas. Na saída do metrô já tinha um mundaréu de gente vendendo de tudo. Fomos subindo pelas ruas atrolhadas de lojinhas de bugigangas e gente vendendo coisas. Andamos até o funicular que sobe até a Sacre Coeur. Enorme, toda branca e com seus mosaicos dourados por dentro.

E, a seus pés, a cidade. Muita gente por lá. Caminhamos pelas ruas da redondeza e suas praças com artistas pintando e fazendo caricaturas dos turistas. Ainda fomos ao museu do Dali que fica bem pertinho. Nada excepcional. Mais um sorvete para espantar o calor.

O bom de fazer as visitas externas à tardinha, nesta época do ano, é que não pegamos o calorão do dia e pegamos a luz do entardecer e a cidade iluminada depois. Também num fim de tarde troteamos na margem do Sena. Esses malucos colocam areia, palmeiras nuns vasos e uns borrifadores de água na beirada do rio e chamam de praia. E pior! Eles acreditam que isto é praia mesmo e vem deitar nesta areia pra tomar banho de sol e as crianças trazem baldinhos pra brincar. E no caminho que fica entre esta praia e o rios ficam os artistas de rua fazendo suas piadas e performances. E onde tem alguém se apresentando tem o Artur parado olhando.
Para passear de barco pelo Senna existem basicamente 3 opções: barco com jantar incluído; barco específico para o passeio com guia, e que sai e termina no mesmo ponto, tem mais de uma companhia que faz isto; e o bateau bus (www.batobus.com ), nossa opção. O Batobus funciona como um ônibus, isto é, tem 8 paradas no rio, 5 em uma margem e 3 na outra, e a gente pode pegar e descer em qualquer ponto. O ingresso dá direito a andar durante o dia inteiro. Dá pra usar como meio de locomoção e como passeio. O passeio ao entardecer vale a pena e ao final descemos no Quartier Latin para comer. Nesta noite também voltamos pra casa a pé e a cidade estava cheia de gente por tudo que é canto, praça, rua e ponte. Muita gente cantando e tocando e rindo. E a temperatura extremamente agradável.










Fomos ao Louvre no primeiro horário da manhã para evitar filas. A entrada foi muito tranquila e fomos direto até a tal da Mona Lisa. Ainda não tinha quase ninguém na volta da moça. Mas, muito sem graça, o quadro é protegido por vidro, ou vidros, e ainda tem uma corda limitando a aproximação das pessoas, acho que não dá pra chegar mais perto que uns 3 metros. Se tivesse um recorte de revista exposto lá, pra mim era a mesma coisa. A parte mais interessante é o monte de gente que se aglomera pra ver e tirar foto.
O Louvre (www.louvre.fr) é absurdamente grande. São 3 entradas cada uma com suas alas e coleções. Quem gosta, mesmo que só um pouquinho, de antiguidades e obras de arte não consegue ver tudo em um dia, acho que nem em 2 ou 3. A Dé e o Ricardo ficaram por ali, troteando e olhando até fechar o museu pelas 18 horas. Cada ala é um mundo, sem falar na arquitetura do próprio prédio. As crianças foram para o hotel levar a Dona Jurema no meio da tarde e voltaram sozinhas no final do dia. Uma aventura em Paris. Eu descobri que a escrita cuneiforme, que eu aprendi no colégio, existe de verdade. Até o código de Hamurabi tava lá ! Estes franceses e ingleses saquearam o mundo inteiro pra rechear os museus deles.




Nesta época do ano os parisienses deixam a cidade. Entram em férias e se mandam. Muitas lojas e restaurantes fecham em férias coletivas também. Mas, bom mesmo é caminhar e se perder pela cidade. Troteamos por muitos lugares, sem compromisso, em vários horários diferentes parando de vez em quando prum crepe, sorvete, vinho, café, comprar frutas, queijos fedidos ou não. Todos os lugares tem um prédio interessante pra se visitar ou simplesmente passar por fora, achar bonito, e deixar para a próxima vez.








Estes franceses sabem comer! Nada de buffet. Por quilo então, nem pensar. As padarias / boulangeries tem uma variedade de pães e fru-frus espetaculares. Dona Jurema só queria saber de comer pão e frutas. As crianças estavam muito receptivas aos pratos diferentes. A Luísa então, só queria saber de comida francesa. Uma noite pedimos que o garçon trouxesse a comida mais francesa do cardápio. Só assim a Luísa ficou feliz.
A comida é boa e bonita, só não é barata. O mais difícil para os bacudos aqui era entender o menu. E como não levamos nem dicionário, cada pedido era uma aventura. Mas nos demos bem. A D.Jurema que não é muito de aventuras gastronômicas que sofreu um pouco. Sempre tentava o prato que parecia mais conhecido e, quase todos os pratos que ela pedia vinham acompanhados de batata, que ela disse que não queria mais desde a Inglaterra, mas sempre comia tudo. Até escargot o Ricardo comeu e gostou. Depois de pedir ao garçom as instruções de uso das ferramentas que vem junto, comi os 6 que vieram como entrada. O bicho não tem gosto nenhum, a gente só sente o gosto do tempero que vai dentro da casca e, como a consistência do bicho é boa e o tempero também era, escargot é bom.Dependendo do bairro os restaurantes fecham mais cedo ou mais tarde.

No penúltimo dia nos separamos. Ricardo, Luísa e Artur para a EuroDisney ( www.disneylandparis.com ). Débora e Jurema para a Galeria Lafayete e outras voltas pela cidade.
De onde estávamos é uma barbada irmos para a EuroDisney. É só pegar o trem ali pertinho, na estação Les Halles e ir até o fim da linha. Chegamos lá pelas 11 da manhã.
São 2 parques, um ao lado do outro com entradas separadas. Um fecha pelas 18h e o outro pelas 23h. Volta e meia nos separávamos no parque. Artur e Ricardo iam pras montanhas-russas e a Luísa ia passear e ver os desfiles e personagens. Concluí ao final que os brinquedos são muito bons, porque depois de enfrentar a fila de cada um, às vezes de uma hora, a gente vai pra próxima fila e acha que tá tudo bem.






No trem de volta o Ricardo podia fechar os olhos porque tudo girava em looping.Nesta última noite, depois de voltar das 6 montanhas-russas e seus loopings, na Euro Disney, ainda saí com a Dé para jantar pela uma da madrugada. Aí sofri. Pedi um prato que tinha pedaços de peixe grelhado, mariscos e por baixo chucrute. Como se não bastasse, por cima de tudo um ovo pochê. Acompanhando, um vinho branco. Obviamente comi tudo. Juntando com as tonturas dos loopings, a noite foi longa ... e o estrago foi grande.
Luísa e a Eurodisney:
...
Artur e a Eurodisney:
...
No último dia pela manhã demos uma banda pela Rue de Rivoli e redondezas para as compras pro povo todo. Deveríamos estar no aeroporto pelas 19h. Mas, como tinhamos combinado com o proprietário do studio de sairmos às 13h e ainda queríamos comprar uns presentes no free shop, chegamos pelas 14h no Charles de Gaule. Que furada! O check-in da TAM só abria as 18h e tivemos que ficar zumbizando pelo aeroporto até o horário. No mais, tudo tranquilo ... boas compras e boa viagem de retorno. Uma paradinha no Rio pra olhar o Cristo e ... Porto Alegre.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Bretanha, Vale do Loire e Versalhes

8, 9, 10, 11 e 12 de agosto - Bretanha, Vale do Loire e Versalhes

Acordamos relativamente cedo e tomamos mais um cafezão. Fomos em 2 carros para Lille, com todos da casa, um dirigido pela Wivine e outro pelo Dimitri.
Saímos da praia, que fica na região mais ao norte da Bélgica, onde as placas de trânsito estão com as indicações em Flamish e, sem mais nem menos, no transcorrer da estrada passam a indicar nomes em francês dos mesmos locais, sem nenhum aviso pra isto. Wivine nos contou a história de um amigo que mora na região francesa e não conseguiu chegar em um casamento na região flamish porque ninguém sabia onde era aquela cidade com nome francês. Acho que a implicância de um lado com o outro ajuda também.
Outra coisa é que para ir da Bélgica para a França não tem nada a fazer de papelada. É só pegar o carro e ir ... como quem vai do Alegrete até Rosário.
Chegamos em Lille mais ou menos no horário previsto. Tchau pra Dimitri, Vi, Laura, Olívia e Wivine, que nos deram uma excelente acolhida inclusive com esta carona de uns 300km, ida e volta.
Pegamos na estação ferroviária o carro alugado, um Peugeot 307 com motor a Diesel, nos localizamos no GPS para pegar as estradas mais rápidas porque já passava das 13h e tínhamos que fazer uns 600km até Saint. Malo onde nem hotel tínhamos reservado. A viagem foi tranquila. Descobrimos que o carro tinha teto solar.
As estradas principais, ao contrário da Inglaterra, são quase todas pedagiadas. A gente passa num primeiro portal e pega um ticket na maquineta, sem gente, como os estacionamentos por aqui. Noutro ponto da estrada tem outro portal pra te cobrar. Aí tem filas específicas para quem tem um cartão da autoestrada, outra com maquinetas pra tu usar o cartão de crédito e outras com gente ao vivo pra te cobrar. O Dimitri tinha me alertado pra não entrar nas filas dos cartões da autoestrada, porque quando tu te dás conta ,não tem como sair porque tu já tá embretado e precisa que os motoristas de trás dêem ré. E como não sei como é "ré" em francês, cuidei com isto. Mas toda esta dinâmica de cobrança fomos descobrindo no transcorrer da viagem. Num portal que só tinha maquineta pra pagar, tentei o cartão de débito, não foi. O de crédito, não foi. Daí achei um lugar na máquina pra botar uma cédula e fomos adiante. As estradas muito boas e o pedágios muito caros. Assim como no Reino Unido, não tem comércio na estrada. Tem umas entradas de serviços, de quando em vez, que ficam escondidas. Ali tem combustível, comida, área de descanso e outros fru-frus, dependendo da parada.
A viagem foi tranquila. Cruzamos a Normandia e Bretanha. Pelas 18 e pouco vimos da estrada o Mont Saint Michel ao longe e logo chegamos a Saint Malo. Muito legal o lugar, pois o coração da cidade fica dentro de uma fortificação enorme na beira do mar. Ruas estreitíssimas dentro do forte e nós lá, de carro. Entrei em uns 3 hotéis por ali e usei todo o meu francês, pra descobrir que ali, intra-muros, não ia rolar hotel. Ah! uma observação importante: era sábado, verão e sei lá por que cargas d'água uma data onde os franceses saem tudo a viajar. Mais uns 2 hotéis fora dos muros e também fomos informados que ali não iríamos achar acomodação. Nos mandaram para Dinard, outra cidade litorânea ali pertinho. A mesma coisa. E o entardecer chegando com uma luz linda, nuns locais espetaculares sem poder parar por causa do hotel. Seguimos adiante pelas cidadezinhas de praia e nada, vilas e cidades pequenas com pousadas e nada de vagas. Daí nos mandaram pro interior de volta. Íamos passando pelos vilarejos onde já não se encontravam mais pessoas nas ruas, mais ou menos 20 horas e pouco. Numa tentativa de entrar numa pousada numa estrada estreitíssima, com um portão mais estreito ainda e com pressa, fiz o carro lamber o portão e também raspei a porta do outro lado. Mas, pelo menos ... também não tinha vaga. Chegamos em Dinan que era uma cidade maiorzinha mais no interior e o sol já estava dando tchau. Mais de 21h. E ... nada. Na saída ainda descobrimos que Dinan era bem legal, turística e que valia um passeio decente. Nos mandaram para Rennes que ficava a uns 100 km mais pra dentro. Bom, lá foi fácil. Rennes é uma cidade já grandinha sem atrativo turístico. Na verdade o pessoal sai dali e vai para o litoral. Ficamos num hotel meia-boca e resolvemos basear nossa estada ali para irmos ao Loire depois.
Na manhã seguinte tomamos café com croissant numa boulangerie e compramos baguete e outros pães e doces para irmos ao Mont Saint Michel. Chegando lá, passamos pela vila do Mont Saint Michel que tem uns hotéis e restaurantes e logo adiante, na beira do mar, um estacionamento enorme com uma área grande para traillers.
Realmente, a primeira visão do Monte - que é uma pequena ilha com o castelo em cima é espetacular. É um nada ao redor com o monte e o castelo muito altos. A maré por ali tem a variação muito grande e na entrada tem fixada a tábua com os horários das marés para os motoristas cuidarem seus carros.









Ao redor do castelo, mas dentro dos muros foi nascendo uma vila que hoje tem hotéis, restaurantes, lojinhas de lembranças e outras coisas. A gente vai subindo e se surpreendendo com a amplitude da vista. Quase no topo tem a entrada para a igreja, que é a parte paga do passeio. Mas, a vista lá de cima vale.
Como a maré estava baixa, depois de descer ainda caminhamos na volta do castelo em direção ao mar. Dá pra caminhar um tempão assim em direção a ilhas que se formam bem adiante. Tem lugares ali de areia movediça e isto assusta muita gente.
Saímos do Mont Saint Michel e tentamos reproduzir o passeio que fizemos ,mas não vimos, no entardecer do dia anterior.





Paramos em Dinard e caminhamos pela beira d'água vendo, depois das pessoas na praia e dos barcos, a fortaleza de Saint Malo. Uma piscina com gente brincando dentro, que enche quando a maré sobe e a tapa. A luz estava legal e o visual melhor ainda. Esta região toda de praias lindas é chamada de Costa Esmeralda e é muito valorizada, com muito turismo.


Saímos de lá no final da tarde e perambulamos pelos caminhozinhos e vilarejos do dia anterior e nos fomos devagarinho em direção a Dinan. Lá achamos um bairro em torno do rio muito agradável e paramos pra jantar. Fondue e Raclete, que é um pedação de queijo que eles colocam entre 2 resistências e o queijo vai derretendo devagarinho e colocamos nos diversos acompanhamentos do prato.  Foi um dia muito tranquilo, de bons passeios pra compensar a correria do dia anterior.




Na segunda saímos de Rennes para o vale do Loire um pouco tarde, ainda porque paramos para um café com croissant e pegar dinheiro na gare. Ali vimos os primeiros mendigos da França com lugares bem sujos e as gentes também.
Num dado ponto da auto estrada entramos para o interior, para fazer as margens do rio Loire e rio Cher, que são os locais onde foi construída a maioria dos castelos da região. Fomos passeando e admirando as belezas do ar até o castelo de Chenonceaux.
No caminho, deixamos para trás, apesar das recomendações sobre os jardins, o castelo de Villandry. Pensamos que já veríamos suficientes jardins em Versalhes. Mas, este foi um dos poucos arrependimentos da viagem.
Passamos por uma série de vilarejos e cidadezinhas e paramos numa boulangerie em Amboise para fazer um lanche. Quispetáculo os pães e lanches. Ali já tivemos que partir para o mimiquez para nos entendermos com as moças que atendiam e só falavam francês. Mas no final conseguimos pedir um "canudinho" para o suco. Amboise também tem o seu castelo todo branco, como todos os outros por aqui, dentro da cidade e o vilarejo, à beira do Loire, é muito agradável para gastar um tempo.

Enfim chegamos em Chenonceaux, nosso primeiro castelo. Depois de passar pela bilheteria entramos numa enorme alameda de árvores muito altas até o castelo. Chenonceaux, como muitos outros castelos que vimos, tinha uma parte em restauração. O castelo foi construído em 2, ou mais, etapas. Em uma primeira, foi construído o castelo à beira do rio Cher e uma ponte sobre este. rio, ligando os fundos do castelo à outra margem. Tempos depois, a ponte virou a base para uma galeria, que fez com que o castelo atual seja construído sobre o rio, com arcos, por onde pode-se passar de barco. Alugamos um barquinho a remo para quatro e passeamos por meia hora. Estava um calorão, vontade de se jogar n'água... já estava entardecendo e o sol batia no lado do castelo. A Luísa e o Artur se alternando nos remos. De outros lugares vinham mais barcos e caiaques até ali. Após, passeamos pelos jardins, que são muito bem cuidados, bonitos mesmo. Estava tudo muito seco, fazia um certo tempo que não chovia. O interior do castelo é bem conservado, tem uma parte da cozinha que é bem interessante, com entrada direta pelo rio, por onde os barcos traziam os gêneros alimentícios, abastecendo a "despensa".





Na sequência, costeando o rio, Loire fomos até Blois para procurar hospedagem. Na área do castelo, que fica no centro da cidade, não achamos vagas e fomos parar a uns 10 km da cidade num hotel bem bom. 3 quartos, com janta, café e internet para a alegria das crianças. Na janta, nem o mimiquez adiantou. A garçonete não entendia nada em inglês, nem espanhol, apelou-se para a língua bovina - a D. Jurema queria comer carne de gado e para conferir se o item escolhido era realmente de gado, o Ricardo apontou para o cardápio, olhou para a garçonete e mugiu. Ela, prontamente respondeu mugindo. Tudo resolvido e entendido - era de carne de gado. Assim, ninguém passou fome!!!! Na manhã seguinte vimos (somente de fora) um pequeno castelo - Bouregard - e depois seguimos para Cheverny. A vilazinha junto ao castelo de Cheverny é muito aprazível, cheia de flores coloridas e, entrando no castelo havia uma exposição de vinhos da região, de tudo que era jeito, com degustação. Excelentes!!!! O castelo e jardins eram fantásticos, extremamente conservados, os móveis muito bonitos, ambientes bem decorados, suntuosos, itens de decoração bem específicos (um quarto de criança com brinquedos e objetos infantis de época, carrinhos de bebê etc). O castelo de Cheverny tem uma exposição do personagem Tintin, que foi criado por um desenhista belga, mas que usou este castelo de inspiração para a casa que aparece nas historinhas.Os enormes gramados e bosques verdes ao redor do castelo, são lindíssimos. Um canil com dezenas de cães de caça muito bonitos, todos da mesma raça, bonito de se ver. A horta com abóboras, pimentões de muitas cores,enfim muitos tipos de legumes, canteiros com rosas e todos os tipos de flores, coloridíssimas eram es-pe-ta-cu-la-res!




Depois de sair do castelo compramos um vinho da região, sanduíches de baguete com queijo brie para o lanche/almoço.Como normalmente fazíamos, o almoço era um bom sanduíche, ou pão com patezinhos, azeitonas, tomates (os tomates maravilhosos e doces, de todos os tamanhos e feitios) no meio da tarde, para não perdermos muito tempo (e dinheiro!!!) e a refeição melhor, em restaurante, à noite, comentando os passeios do dia. Seguimos de Cheverny para o maior castelo de todos do vale do Loire - Chambord - que é controlado pelo governo e fica em um enorme parque, rodeado por uma floresta com veados, javalis, etc. Anda-se muito de carro dentro deste parque até chegar no castelo de Chambord. Antes de entrar no castelo ficamos em um quiosque próprio para fazer lanches, com mesas e bancos de madeira, onde várias famílias sentavam e comiam seus sanduíches. Ali comemos nossas baguetes e tomamos vinho (os adultos, é claro, as crianças ficaram no refrigerante...). Este castelo não é muito bem conservado internamente, até porque é tão, tão, mas tão grande, que é preciso investir em tudo - muita coisa para restaurar, limpar, desde as grandes e diferentes torres, passando pelas escadarias interessantes - 2 escadas em espiral, uma abaixo da outra, que nunca se encontram e cujas aberturas nas laterais permitem que as pessoas que estão em uma e em outra se vejam, sem se encontrarem. O castelo tem muitas alas, não conseguimos visitar tudo. Há uma exposição de carruagens todas folhadas a ouro no térreo, as peças de tapeçaria e "troféus" de caça (cabeças de veados caçados na região) são muito impressionantes. Do topo do castelo se pode avistar ao longe as florestas, um lago/fosso cercando o castelo, tudo numa região muito plana em que a vista se perde. Ao entardecer o Ricardo e o Artur alugaram bicicletas e passearam pelas estradinhas ao redor, conseguindo ótimas vistas do castelo com o por do sol nas fotos.




Como escurecia sempre depois das 21h30m, às vezes jantávamos com o dia claro, mas não podíamos nos passar muito no horário, pois, especialmente no interior, há horário rígido para fazer pedidos de refeições. Em geral após às 21h não se consegue mais janta (isto foi igual em todos os países, inclusive na Escócia, onde escurecia às 23h!)
Para os bicicleteiros, é possível andar a mais não poder pelos roteiros do Vale do Loire. Tem mais de 600 (seiscentos) km de roteiros mapeados com placas indicativas. Desde Orleans até as praias da Bretanha. Alugam bicicletas pelo caminho e se encontra bastante gente passeando assim, principalmente nas estradinhas menores.
Viajando pelo interior da França comentávamos muito que as cidadezinhas pareciam ser fantasmas, pois não se via uma alma na rua após às 19h. Nem sinal de vida, tudo fechado, nenhum estabelecimento comercial, nem farmácia, nem barzinho, nada mesmo. Neste dia demos sorte - conseguimos nos hospedar no 1° hotel que procuramos, na cidade de Orleans, onde viveu e lutou Jeanne D'arc, ou Joana D'arc, que mereceu várias homenagens, estátuas, memorial, no local. Mais sorte ainda foi encontrar uma senhora que era portuguesa na recepção do hotel. Ela nos deu muitas dicas da região e também dos restaurantes. Orleans é uma cidade universitária, grande, com uma vida noturna mais intensa. Há uma rua, próxima ao hotel em que ficamos, com calçadão, onde ficam os bares e restaurantes - de tudo que é tipo. Muito restaurante indiano, paquistanês, mexicano, italiano, árabe, enfim, todo o mundo está lá. Jantamos no lugar errado - restaurante marroquino (não era bom...).Na manhã seguinte demoramos um pouco para sair da cidade, pois as ruas são muito estreitas e ainda várias estavam fechadas, em obras, então o GPS se perdia e fizemos umas voltas até conseguir sair para a estrada. Em função desta dificuldade de trânsito e das ruas estreitas, as cidades da França não têm muitos locais para se estacionar, então, há uma solução interessante: vimos uns indicadores luminosos, espalhados pela cidade, que mostravam o número de vagas existentes em cada estacionamento do centro e eram atualizados em tempo real. Bem, de Orleans seguimos a Versalhes, já muito próximo a Paris. Deixamos o carro em um enorme estacionamento subterrâneo da cidade e caminhamos até o palácio. A fila para comprar ingressos era "prá matar". O Ricardo e as crianças ficaram mais ou menos 1 hora e meia de pé, no sol escaldante. As pessoas mais preparadas vieram de sombrinha, especialmente os asiáticos, quase todos de boné ou grandes chapéus, pois era insuportável. Havia outra fila para entrar, após comprar os ingressos, pois era preciso passar por detector de metais. Ingressa-se pelo pátio de mármore, no centro de todo o complexo. Dentro do palácio, tudo é belíssimo, inacreditável, muito ouro, mármore, esculturas, obras de arte, tapeçarias, lustres de cristal, louças, etc. A capela foi um dos primeiros pontos de maior interesse que vimos, elegante, toda branca, com altar e cúpula dourados. Os aposentos do rei (os da rainha estavam fechados para restauração) muito suntuosos, várias salas e ante-salas com decorações e cores específicas. Cada salão tem tantos detalhes de pinturas, relevos nas paredes, lareiras, tetos decorados, que mesmo que se ficasse um dia inteiro dentro de só um deles não se veria tudo o que existe! A galeria dos espelhos é algo que enche os olhos, muito brilho, lustres de cristal pendentes do teto muito alto, era local de bailes na época de Luís XIV.




De dentro do castelo avistam-se os jardins que são incríveis, a perder de vista, muitas fontes, recantos, escadarias, flores, alamedas, enfim, tudo feito para impressionar, para ser o maior. Não é de se estranhar que o povo na época da Revolução Francesa tenha se rebelado, o luxo e a ostentação eram extremos. Ainda fomos, de trenzinho elétrico (após esperar em uma fila demorada também), até o outro lado dos jardins, para trás do palácio, no Petit e no Grand Trianon, que são palácios menores, construídos para que a realeza tivesse mais intimidade. A história de Maria Antonieta é muito expressiva nestes locais, diz-se que foram construídos e decorados especialmente para ela. No filme "Maria Antonieta", estrelado pela Kirsten Dunst, aparecem bem os aposentos e exteriores dos Trianons. O Grand Trianon, especialmente, é revestido todo de mármore rosado no exterior, maravilhoso. Em todos estes passeios, havia momentos em que cansávamos, diminuíamos o ritmo, até mesmo em função do calor. Então, a Luísa aproveitava, sentava e puxava da bolsa um livro - leu dois na viagem. Na França passou a ler um livro emprestado pelo Dimitri ("The curious incident of the dog in the night-time").O Ricardo preferiu voltar a pé até o grande palácio, o resto do bando voltou de trenzinho. Também é possível alugar carrinhos para 4 pessoas para passear pelos jardins. É necessário carteira de motorista. Na caminhada pelos jardins e fontes o Ricardo tirou fotos lindíssimas, já com o sol mais baixo. Cada dia em Versalhes tem uma programação especial: uma com show noturno de luzes e água, noutra os jardins fecham mais tarde, noutra não precisa pagar o passeio nos jardins e assim por diante.




Em muitos dos castelos pelos quais passamos há um show noturno com projeção de uma história nas paredes externas.
Preocupados com acomodação, demos mais uma dentro - o primeiro hotel procurado, praticamente na quadra ao lado do palácio de Versalhes, da rede Íbis, tinha lugar!!! Após o dia super quente e cansativo, era tudo o que precisávamos. Hotel moderno (raro no interior da França), limpinho, cama boa, internet. A aventura do Ricardo e da Luísa para localizar o carro, conseguir 11 Euros em moeda para tirar o carro do estacionamento, achar a garagem do hotel e levar as malas até o hotel foi grande. Antes de dormir jantamos em um restaurante próximo ao hotel, não achamos mais nada aberto. Somente um estilo australiano, algo como um Outback mais simples um pouco - carne bem boa.
Como o TGV (trem rápido) vai de Paris a Versalhes e o caminho é muito curto, acho que bem pouca gente se hospeda por ali. Mas vale muito a pena passar o entardecer nos jardins do palácio.