terça-feira, 20 de setembro de 2011

Urubici

Feriadão de 20 de setembro! Saímos cedinho no sábado, dia 17, rumo a Urubici – SC. Será que desta vez conseguiríamos ver o Morro da Igreja sem neblina??? Pois é, há uns 16 anos atrás eu, a Luísa na barriga e o Ricardo já estivemos em Urubici, com a Bela e o Santi. Bem, voltando ao relato de 2011 - roupas de frio na mala e lá fomos nós! Amigos / companheiros desta jornada: mais uma vez Cascata, Mônica e “crianças”.

Seguimos até Bom Jesus, onde paramos na praça para pegar folhetos de informações turísticas e aproveitamos para almoçar num restaurante bem simplinho, mas bom. Depois fomos a Ausentes e, para variar, pegamos uma estradinha de chão até Lages/SC. O dia estava bonito e fazíamos algumas paradinhas pelo caminho para fotografar os pomares de macieiras e a serra.

Chegamos à tardinha na Fazenda Cambuim, que fica na beira da estrada, antes de chegar na cidade. A pousada havia sido reservada com antecedência, e tem cabanas muito confortáveis e quentinhas – lareiras, lençol térmico, cobertas de pena (há quanto tempo eu não via...). O local onde fica a pousada é lindo, araucárias, flores, vegetação nativa e, para nossa surpresa – uma grande cachoeira que se avistava da varanda dos quartos. Ainda deu tempo, antes de escurecer, de seguir uma escadaria e chegar a um deck que leva até bem pertinho da cachoeira. Muito linda! Combinamos de jantar na própria pousada – foi preciso reservar a janta antes – para evitar sair à noite pela estrada sinuosa, cheia de sobe e desce até a cidade. Após a janta, jogamos Scotland Yard, em frente à lareira, tomamos um bom vinho (somente os adultos, é claro...) e fomos nanar. O barulho forte da queda d’água ajudou a embalar o sono e, claro, as cobertas de pena também ajudaram! Obs.: algumas cabanas têm hidromassagem, TV LCD, etc, mas não eram as nossas :(

No domingo pela manhã os fotógrafos Ricardo e Cascata, acompanhados pelo Artur, saíram cedinho pelos arredores para tomar algumas fotos da paisagem. Após o café fomos para a principal atração - o Morro da Igreja, que fica a 28km da cidade, por uma estrada ótima, totalmente asfaltada. Infelizmente, mais uma vez, não vimos a tal da Pedra Furada lá de cima, muito menos a famosa vista da serra, pois o morro todo estava completamente coberto pela neblina. O pessoal curtiu mesmo assim e fizeram algumas fotos interessantes em meio àquela névoa toda, que ia e vinha rapidamente, já que o vento era beeeem forte e o frio intenso também!




Na descida do morro aproveitamos para ver a Cascata Véu da Noiva, numa propriedade privada, onde há um restaurante e uma pequena área de lazer. A cascata é bonita, alta, suas águas escorrem bem espalhadas pelas pedras e formam um laguinho embaixo. Seguimos dali para o centro e tivemos uma boa impressão da pequena cidade, que cresceu um tanto em função do turismo de aventura. É possível, identificar uma porção de negócios ligados a esta área, na longa avenida principal (bem, digamos que quase não tem outras ruas). Também paramos nas informações turísticas, pegamos vááários panfletinhos de atrações da região. A construção que se destaca em Urubici é a estranha Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens. Um prédio com a base em formato de cruz, mas que fica arredondado em cima, com vários telhados e é enorme; na verdade, desproporcional para o tamanho do lugar. Entramos e vimos de dentro os vitrais coloridos, em forma de arco-íris. O espaço interno é enorme, o pé direito é bem alto.

Almoçamos no Aquilo Tudo, restaurante com Buffet por quilo, assim como diz o nome. Era razoável, preço bom. Sobre restaurantes em Urubici, tem um blog que diz “Apesar de ser uma cidade pequena, Urubici possui bons restaurantes e numa quantidade muito maior que eu imaginava. São várias opções para todos os gostos, como bistrôs, cafés, empórios, churrascarias e pizzarias". Conhecemos também, neste dia, inscrições rupestres numas rochas à beira da rodovia que leva a São Joaquim. Mais tarde tivemos a oportunidade de provar uns wraps, doces, sucos, cafés e chás no Canto do Sabiá, local muito aconchegante, com livros para ler, itens de decoração do próprio restaurante que estão à venda, tudo muito original.

Outro local interessante de conhecer foi a criação de trutas do Sr. Hélio, um professor da UFSC que largou tudo e veio para Urubici criar trutas. Muita gente vem pescar ou criar trutas em Urubici, assim como em outras localidades desta serra. A estrutura de criação do Prof Hélio é a maior de todas, tem vários funcionários 24h por dia, pois estes peixinhos dão um trabalhão! São inúmeros tanques, para cada fase e tamanho do peixe e sempre com água corrente. Ele vende a produção para muitos locais do Brasil. Os restaurantes de Urubici têm bastante truta, alguns até se especializaram nisto, como o Átrio, que é bem destacado. O Prof Hélio é um pesquisador muito dedicado, vale a pena ler a entrevista que ele deu sobre o salmão chileno, que nós, brasileiros, consumimos bastante...vejam o alerta aqui.  Consumidor de peixe voraz, o Cascata estava louco de entusiasmo, perguntava muito, acho que gostaria de trabalhar ali....acabamos comprando uns peixes congelados, embalados com isopor e tudo, num supermercado que o prof Hélio nos indicou, pois ele não vende assim, para visitantes. Neste mesmo supermercado, alguns integrantes da excursão adquiriram botinas de caminhada bonitas e duráveis a preços suuuuper módicos.

Jantamos novamente na Fazenda Cambuim, o ritual de tomar o vinho da própria região também foi cumprido. O passeio da segunda-feira foi a cavalo. Os cavalos, alugados na Fazenda Fogo Eterno, eram muito bons. Esta fazenda também é um hotel. As meninas preferiram caminhar. O lugar era lindo, o dia estava ensolarado e quentinho. O Artur ficou muito feliz porque pode galopar bastante no final do passeio. Subimos um morro de onde se tinha uma vista linda da região.

Após este programa, fomos à grande Cachoeira do Avencal, que tem uma estrutura de um pequeno parque, tem dois ou três mirantes legais. Bem bonita! Tivemos tempo ainda de visitar, a 11 km do centro, em uma propriedade particular, a estranha Caverna Rio dos Bugres. Na verdade, não há “a caverna”, ela é mais parecida com uma toca. É que antigamente essas cavernas eram a moradia dos Bugres, como eram chamados, de forma pejorativa, os índios e seus descendentes com brancos. Dizem até que eles mesmos cavaram as rochas. Os bandeirantes também usaram o local. É interessante – são umas 5 ou 6 entradas, praticamente no chão, num local mais alto do mato de araucárias, que levam à mesma galeria interna. Precisa levar lanterna e as entradas são um tanto escondidas. Ficamos brincando de esconde-esconde por um tempinho.

Mais uma noite de sono quentinha nos lençóis térmicos, cobertas de penas e, pela manhã pegamos a estrada de volta, passando pela Serra do Corvo Branco, que tem o maior corte em rocha no Brasil, com 90 metros. É uma fenda impressionante, deixamos os carros em um mirante e caminhamos pelo local, onde apenas 600 metros são pavimentados. Descemos a serra num zigue-zage, que exige freios e muita atenção. Acho difícil passar à noite ou com neblina. Pouco trânsito. Depois do trecho mais perigoso paramos algumas vezes ainda para fotos. Porto Alegre nos esperava, no dia de todos os gaúchos! Chegamos, 20 de setembro!