sábado, 4 de novembro de 2017

Itacaré




Sábado, 4 de novembro
Chegamos em Itacaré pelas 17h. A pousada Mar Ilha que reservamos foi uma grande dentro. Super bem localizada, é muito limpinha, agradável, novinha e tem quartos bem completos. Conversamos com a Marcela, recepcionista que posteriormente soubemos ser de Porto Alegre e ter estudado e se formado no Colégio Americano (só pra variar), que nos indicou para irmos até a Praia da Conchas e na sua extremidade, a Ponta do Xaréu, que é onde o povo se reúne para ver o pôr do sol. Tão interessante quanto o pôr do sol e as cores que ele imprimia nas nuvens ao redor do farol em frente à praia da Concha, era observar o volume das águas do mar e do rio de Contas se encontrando bem em frente, na Ponta do Xaréu. O movimento e a força deste encontro na curva do rio, que termina bem em frente ao centro histórico de Itacaré é lindo de ver. De acordo com a maré, varia muito esta visão. Itacaré tem uma região nova de pousadas mais arrumadinhas, um centro histórico com vários estabelecimentos que vem sendo aos poucos revitalizados e também uma região bem pobre, especialmente na entrada da cidade, pendurada nos morros, como favelas. Tudo é bastante simples, sem ostentação. Há alguns hotéis boutique ou de charme, mesmo esses, são despojados. Mais tarde caminhamos no calçadão da rua Pedro Longo, que concentra todo o comércio noturno, restaurantes, lojas de artesanato etc tudo acontece ali à noite - gente de muitos lugares se encontra na cidade, que vive quase que exclusivamente do turismo. Compramos sementes de cacau torradas (naturalmente, ao sol), a granel, para levar e aprendemos que as sementes fracionadas, em pedaços, se chama "nibs" - algo como flocos da semente do cacau. Se usa nibs em muitos doces, pratos, é interessante. Jantamos um ótimo prato de camarão com leite de coco e abacaxi e depois, comemos o "petit gateau de Itacaré", que é a banachoc (banana da terra recheada de chocolate, empanada na tapioca e acompanhada de sorvete de coco) invenção de um gaúcho, que teve restaurante na zona sul de Porto alegre e se mudou para Itacaré em função do clima e da qualidade de vida. A ideia dele é abrir uma franquia, já que o sucesso das suas variações de banana recheada é grande.

Domingo, 5 de novembro
O café da manhã na pousada é top - tudo fresquinho, produzido no local. Destaque para o cuscuz de tapioca e o bolo de milho! Algo que comprovamos conversando com outros turistas foi a gentileza de todas as pessoas que encontramos na viagem. Para oferecer informações, para atender em restaurantes, para vender água, oferecer passeios ou cadeira na praia - ninguém é insistente, nem chato. Todos muito agradáveis. Neste dia, aceitamos mais uma vez a orientação da Marcela e fizemos um "day use" na praia de São José, à qual se acessa por um condomínio particular e se paga R$ 60,00 por pessoa de consumação para aproveitar a estrutura de um restaurante com piscina na beira do mar em um local lindo, que era de um resort, que faliu. O atual locatário mantém um serviço de bar e restaurante bem legal. Atravessando um riozinho raso se acessa umas rochas com uma piscina natural muito boa, onde ficamos sozinhos por uns 30 minutos e depois, caminhamos por uma estrada até a Prainha, linda, linda - considerada em algum ranking por aí como uma das 10 mais bonitas do Brasil. Nesta praia também havia pouquíssima gente, apesar de ter acesso por uma trilha bem conhecida (mas longa) a partir do centro de Itacaré. O banho de mar ali foi maravilhoso! Mar com ondas, boa temperatura. Vimos tartarugas de cima das rochas. Um paraíso! Voltamos a São José, aproveitamos a piscina, as espreguiçadeiras, o lindo ambiente e gastamos nossa consumação em caipirinha de maracujá, cerveja, aipim frito e ceviche. No retorno à cidade ainda caminhamos pelo centro de Itacaré, já que era domingo e estava tranquilo, vimos a bonita igrejinha e alguns prédios históricos bem conservados. Depois de nos refazermos na pousada, jantamos atum selado na Villa Barracuda, um hotel boutique bem bacana que fica neste centro histórico e é de propriedade de um grupo de amigos suecos que passa temporadas curtindo o clima, as atividades ao ar livre e a tranquilidade da região.

Segunda, 6 de novembro
Mais um dia de sol!!! Hoje resolvemos fazer 4 praias mais ao sul. Deixamos o carro na estrada, onde inicia a trilha para a praia da Engenhoca. Como havia chovido na madrugada e a caminhada leva uns 20 minutos na mata fechada, com sobes e desces, em muitos lugares estava bem escorregadio. Há um clima de Jurassic Park ao final da trilha, pois no meio da vegetação aparecem umas estruturas abandonadas, muito ferro, construções de concreto, sendo tomadas pelo verde. Isso tudo é parte de um hotel que estava sendo construído e teve problemas com a liberação ambiental. A praia, para variar, é linda, tem um riozinho que desemboca na lateral e havia pouca gente. Aproveitamos o mar, banho de sol, caminhamos nas pedras. Voltando à trilha, caminhamos mais uns 15minutos para conhecer Havaizinho, nesta praia se chega de cima, a vista é linda, outro lugar encantador, com uma pequena estrutura, bem rústica - cadeiras de madeira, barraquinha com frutas e oferta de peixes, muita sombra, rochas altas dos dois lados. Adorei Havaizinho! Ainda caminhamos mais um pouco pelas rochas e trilha até Gamboa, que estava deserta e depois, retornamos toda a trilha, até o carro. Nosso último destino do dia era Itacarezinho, a praia mais extensa de todas, que pode ser alcançada pela trilha também, mas preferimos ir de carro para termos facilidade no retorno já que sabíamos que há uma ladeira enorme da estrada até o mar. A única estrutura na praia de Itacarezinho é o restaurante de mesmo nome, cujos telhados de palha em meio ao gramado bem cuidado e aos coqueiros já se avistam de cima, ao entrar no portão de acesso. Para ficar no restaurante, que ficou famoso após a participação do chef Clécio Campos no Master Chef, há uma consumação de R$ 50,00. O cardápio é muito diferenciado, os pratos relativamente caros (excelentes) e as bebidas, com preços praticamente iguais aos de outros estabelecimentos da região.  O atendimento, desde a chegada, muito bom, tudo muito lindo, com paisagismo pra lá de bonito. Encontramos, mais uma vez, o casal Ana Maria e Luciano, de Marília, que está na mesma pousada que nós.  Comemos arroz de polvo e camarão ao creme de abóbora com farofa de banana da terra e arroz de coco. É uma experiência que vale a pena, mas talvez tão bom quanto, ou melhor, foi o banho de mar ali em frente. Ondas regulares, água limpinha, temperatura excelente e uma generosa bica d'água natural correndo no canto do morro, para tirar o sal e voltar ao restaurante. Tudo melhor que o encomendado! Com o sol praticamente se pondo voltamos a Itacaré e ainda assistimos da Ponta do Xaréu, a mais um pôr do sol. À noite não tínhamos muita fome, então, comemos tapioca com carne de sol e banana da terra (sim, aqui, essa banana vai do café da manhã, onde é servida cozida, ao jantar) e pra arrematar um sorvetinho.

Terça, dia 7 de novembro
Dia curto, dia de volta! Separamos esta manhã para conhecer as praias da cidade (exceto a da Concha, onde já havíamos caminhado e não nos chamou a atenção para banho), as quais podem ser acessadas tranquilamente a pé desde a pousada. Em poucos minutos, depois do café da manhã, estávamos em Resende, Tiririca (essa cheia de surfistas) e Ribeira. Todas muito legais para banho, acessíveis pela rua ou pelas pedras, de uma enseada para outra. Assim foi o final dos nossos dias de sol e praias lindas, com gente legal, comidas maravilhosas em um clima baiano perfeito! O resto foi retorno: saímos da pousada ao meio dia, chegamos no aeroporto de Ilhéus às 13h50 e embarcamos às 15h45 para Brasília e depois, Portinho!







quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Barra Grande

Quarta-feira, 1 de novembro
Viagem de casal: apenas Ricardo e Débora. Saída 8h30: Poa/ Brasília/ Ilhéus. Pouco tempo para mudar de aeronave na capital - foi uma correria. Optamos por levar apenas bagagem de mão nesta viagem. Chegamos às 12h45 na cidade baiana, aeroporto Jorge Amado, avistando a cidade, o rio de Contas e o mar. Aliás, o piloto tem de ser bom, pois a pista inicia no rio e termina no mar! Pegamos o carro, alugado previamente, e fomos conhecer um pouco do centro de Ilhéus, a orla, a parte histórica, prédios referências nas obras de Jorge Amado, como o Vesúvio - restaurante agora todo reformado que fica lotado de gente para almoçar no buffet, lanchar nas charmosas mesinhas internas ou simplesmente tomar uma cerveja na calçada da famosa esquina. Junto às mesas externas, uma simpática estátua do escritor, sentado em um banco, convida para uma foto em parceria. Tomamos um sorvete na Ponto Chic, logo em frente ao Vesúvio, onde escolhemos sabores de cacau/umbu, cajá / tapioca, para entrar no clima do nordeste e em seguida partimos, rumo norte. Passamos pelas regiões denominadas Costa do Dendê e Costa do Cacau. Bastante diferente da vegetação do norte do estado, aqui o clima é bem menos seco, há mais verde, rochas até a beira do mar. Passamos por Itacaré e seguimos mais ao norte. Foram 120km até Camamu, onde imaginávamos que haveria uma balsa para seguir, com o carro, pela linda e grande baía, até Barra Grande. Havíamos, porém, sido mal informados e não há essa opção, ou seja, as pessoas deixam o carro em estacionamentos de Camamu e seguem de lancha até as praias de Barra Grande. Bem, como queríamos ter o carro por lá, voltamos uns 40km na estrada até o acesso por estrada de chão para Maraú e Barra Grande. A estrada é péssima e já estava anoitecendo, já que aqui no nordeste não há horário de verão. Chegamos à noitinha no vilarejo do final da península e a pousada que reservamos pelo Booking - HTL Tubarão - estava deserta! Levou um tempo para que um rapaz que chegou por lá nos orientasse a ir até outra pousada do mesmo grupo e explicou que estavam consertando um problema na fossa do local, por isso haviam deslocado os hóspedes por 1 noite. Foi uma boa noite, na pousada HTL Terramar, limpa e novinha. Saímos para caminhar no povoado, que tem uma vida noturna bacana, simples, pé na areia. Em uma praça animada com música ao vivo, ao lado de uma igrejinha linda, branquinha e singela, há artesanato exposto, lojinhas, mercadinhos e agências de turismo oferecendo diversos tipos de passeios. Jantamos uma moqueca num restaurante bem legal, pertinho do Terramar.

Quinta-feira, 2 de novembro
Choveu muuuuito na madrugada e pela manhã continuou chuviscando até a hora em que tomamos o café da manhã. Aproveitando uma estiada, fomos até a orla, desviando das enormes poças d'água e cruzando pela mata de cajus, cacaus e pitangas. Percebemos que a pousada Tubarão é muito bem localizada - em frente ao movimento noturno da praça, na beira do rio/mar, possui uma "barraca" de praia (na verdade, é um bar/restaurante) bem frequentada e fica ao lado do atracadouro das lanchas e barcos que chegam de Camamu. Caminhamos na areia até o encontro da baía com o mar e ainda mais um pouco além, passando por praias desertas, muito coqueiro, vegetação até bem pertinho do mar. Neste dia, como eventualmente chuviscava, não tivemos muito interesse em entrar na água. Sentamos para descansar no muito descolado Ôh Bar! de propriedade de uma artista plástica gaúcha, de Caxias do Sul, que transforma todos os resíduos sólidos do seu empreendimento em arte. Cardápio bem trabalhado, carta de vinhos com harmonizações feitas pela nora, Ôh Bar! é um destaque. Comemos uma salada de manga e polentas brustoladas (tinha que ser coisa de Caxias!) com cogumelos grelhados e uma caipirinha. Uma delícia! Na Ponta do Mutá, que é o local de Barra Grande onde fica a esquina da baía com o mar, há muitos bares assim, com ambientação de lounge, decoração legal, tudo simples, mas bem bonito. Mais tarde finalmente nos acomodamos na pousada HTL Tubarão, que é mais rústica, com vários detalhes bonitos de toras de madeira, mais antiga. Ao final da tarde (16h, pois o sol se põe pelas 18h) , caminhamos pela areia para o outro lado, ou seja, para dentro da baía e vimos o pôr do sol da Barraca da Rô, point famoso, que tem um deck de onde se avista realmente um espetáculo de cores refletidas na água do rio da Serra. O grande inconveniente é o preço - sem olhar no cardápio, pedimos uma caipirinha pela qual nos cobraram R$ 27,50 (incluídos os 10%). É o fim do mundo ou não é?! Imaginamos que isso se deva à quantidade de gente que desfruta do lugar à tardinha e não consome nada, mas não era necessário este exagero! O único horário em que não choveu neste dia foi à tardinha, Novamente nossa noite foi de caminhar pela pracinha e arredores e, como chovia eventualmente, nos abrigávamos em lojinhas. Jantamos moqueca mais uma vez - era saudade da Bahia - em uma simpática galeria com excelente música brasileira ao vivo.

Sexta-feira, 3 de novembro
Alerta para próximos viajantes / hóspedes - havia bastante mosquito no quarto e o ar condicionado não os espantou! Importante comprar mat inset! Num local tão natural, cheio de mata e água, afinal, isso já era de se esperar...ainda por cima: mais uma vez, choveu muito na madrugada e houve um estouro pelas 5h que significou um dano no fornecimento de energia, que duraria boa parte do dia. O café da manhã é servido na outra sede da HTL, à qual, apesar de ser próxima, tivemos de ir de carro, tal a quantidade de poças d'água e barro! O dia foi mais ensolarado e caminhamos bastante pela praia depois de tomar um drink no Ôh Bar! e conhecer a proprietária. Desta vez foram muitos km pela areia fofa e inclinada, nada favorável para o passeio! Nesta caminhada, conhecemos um casal de cariocas, com o qual almoçamos na praia dos Coqueiros, no único e bem frequentado restaurante da beira mar da localidade, exatamente quando iniciou uma chuvarada, pelas 15h. Eles nos contaram uma história muito engraçada: no dia anterior, perderam a placa do carro, também alugado, numa das enormes poças de lama em que havia se transformado a estrada. Pagaram um menino, que estava por lá, para procurar a placa. O guri achou 3 outras placas e não a deles!!!! Já estávamos com medo da volta para Itacaré no dia seguinte... Descansamos à tardinha, já que "não deu por do sol" e à noite jantamos num ristorante italiano. Muito bom!

Sábado, 4 de novembro
Café da manhã cedo, já com a bagagem no carro, para seguirmos pela península com calma e enfrentar a buraqueira da estrada. Nosso objetivo era aproveitar para ir parando e conhecer mais duas praias próximas, antes de chegarmos à rodovia BA001. E deu tudo certo: dia lindo, ensolarado, não houve problemas com o carro. Conseguimos chegar cedo - às 9h30 - em Taipu de Fora e ver o melhor momento do dia das piscinas naturais que ficam bem na beira da praia. É preciso acompanhar a tábua das marés para acertar o horário e estava lindo! Água clara, um pouquinho revirada, talvez em função das chuvaradas dos dias anteriores, mas não atrapalhou. A praia é extensa e linda. Há uma estrutura para comer etc. Como era sábado, em meio a "feriadão", chegar cedo também foi fundamental. Aproveitamos para mergulhar de snorkel, que trouxemos conosco. A cada 15minutos chegava mais uma jardineira lotada de turistas, famílias inteiras, carregando seus coolers, acessórios de mergulho. Muita gente se espalhava pelas piscinas. Bem na beira já era possível ver cardumes de peixes amarelos e pretos e outros prateados, nadando entre as pessoas, mas o Ricardo, que foi mais longe, disse que não viu tantos peixes diferentes e nem em grande quantidade, imagino que pela grande exploração do turismo. Pouca gente se aventura a ir com carro pequeno, que não seja 4X4, a esses lugares, inclusive a Barra Grande, pelas condições das estradas, então, as jardineiras e os quadriciclos são meios de transporte muito comuns. Quadriciclos podem ser alugados em Barra Grande por R$130,00 a diária e vimos alguns com até 4 pessoas em cima! Continuamos rumo sul, parando um pouco antes de Algodões, na praia onde o banho foi muito bom e comemos o melhor petisco de peixe da temporada. Na barraca do Raul, local muito simples, nos serviram uma enorme porção de sardinhas com farofa e uma cerveja beeeem geladinha. Uma ducha fresquinha para tirar a areia e o sal do corpo nos revitalizou e preparou para a viagem até Itacaré. Barra Grande é um destino que merece mais dias, tem muita coisa para se fazer, entre passeios de barco, cachoeiras, rios, lagoas, povoados ribeirinhos. Fizemos pouca coisa. E a grande dica é deixar o carro em Camamu e usar as jardineiras ou quadriciclos mesmo.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Cartagena

Dia 25 de julho, terça


O voo desde Bogotá atrasou meia hora. Ao chegarmos em Cartagena de Índias, imediatamente sentimos a enorme diferença de temperatura, a noite estava abafada, úmida. Os casacos foram abandonados. O Cartagena Hostel by HMC revelou-se suuuper simples e bem localizado. Tínhamos um quarto (para seis pessoas, mas que reservamos com exclusividade), banheiro compartilhado e o básico: wifi e ar condicionado. Logo que deixamos as mochilas no quarto, saímos para comer uma pizza e tomar cerveja na pequena Plaza de la Trinidad, que fica a uma quadra do hostel e estava bombando. Muita gente jovem, de todas as bandeiras, alguns locais exibindo performances de danças, entre eles um "Michael Jackson" muito bom. No caminho para a praça já percebemos o quanto o lugar onde estávamos (Getsemaní), na cidade amuralhada, é especial, com a arquitetura espanhola, balcões de madeira coloridos e a arte de rua acrescentando mais cores à paisagem com criativos grafittis.

Dia 26 de julho, quarta

O ar condicionado precisa ficar ligado ininterruptamente para que se aguente o calor! Café da manhã muito básico, mas incluído na diária e, como em todo hostel, você lava sua louça. Saímos para ver o centro histórico, ou, cidade amuralhada. Logo no início, perto da entrada principal da cidade amuralhada, contratamos o sr Fernando como guia e passamos 2 horas com ele, que nos contou a história de Cartagena e, consequentemente, dos vários prédios, religiosos ou não, que fazem parte dela. Vimos igrejas e casas cujas paredes foram erguidas com pedras e recheadas de areia e muito coral. Esta parte histórica de Cartagena, especialmente o Centro e Getsemani, com sua arquitetura espanhola, lembra muito Cuba, apenas tem bem mais tinta nas paredes e muito mais construções restauradas. Algumas construções não foram exatamente restauradas, mas reformadas e modificadas, como o lindo prédio que hoje abriga um hotel 5 estrelas. Todos eles, sem exceção, possuem um maravilhoso espaço de pátio interno. Existem também inúmeros hotéis boutique, lojas de artesanato, cafés e joalherias elegantes. Na Universidad de Cartagena nos despedirmos do sr. Fernando, depois ainda caminhamos um pouco e resolvemos almoçar no famoso restaurante Espíritu Santo, muito bom, com menu reduzido e alguns pratos ou acompanhamentos típicos como os patacones (pedaços de banana arredondados, achatados e fritos) ou o arroz de coco. Tomamos um café no caminho para o hostel, pois o calor estava dando um soninho e baixando a pressão. Enquanto a Débora curtia o ar condicionado no quarto, os meninos aproveitaram para conhecer a praia de Bocagrande, com bicicletas que alugaram. Ao final da tarde as crianças e jovens circulando com os tradicionais uniformes escolares de saias xadrezes pregueadas, meias altas brancas ou calças e saias cáqui para os adolescentes também lembravam muito Cuba. Jantamos hambúrgueres depois de caminhar mais pelo centro, assistir apresentações de dança típica em algumas praças e um bar muito animado de salsa chamado Donde Fidel, em que os colombianos se divertiam.


Dia 27 de julho, quinta

Estava tudo combinado: acordar às 8h, tomar banho e café para esperar a van do tour contratado às Islas do Rosário e Playa Blanca (custo do passeio, com almoço, reservado no próprio hostel: 70.000 COP por pessoa). Houve apenas um problema: ninguém ouviu o despertador e às 9h nos acordaram com batidas na porta dizendo que o grupo turístico nos esperava. Foi uma correria, mas incrivelmente não esquecemos nada. Do porto, ao lado da praça do relógio, saem várias lanchas para este mesmo passeio. É tudo bem organizado. Saindo de Cartagena vimos uma bonita fortificação, chamada de Fuerte de San Fernando e que protegia a entrada da baía. Foram quase 2 horas de muito vento e barulho de motor até o arquipélago, que é uma reserva natural e conta com um Oceanário numa das ilhas. Nós preferimos fazer o mergulho de snorkel para ver a fauna ao natural. Tudo se paga a mais - o Oceanário tem ingresso e o mergulho também! Foram mais 30.000 COP por pessoa, na verdade, como havíamos levado 2 snorkel, dois de nós pagaram 25.000 COP. ficamos ali uma hora, entre peixes coloridos de vários tamanhos e corais diversos. Muito lindo. Mais meia hora de lancha e chegamos à Playa Blanca, onde também almoçamos um prato feito de peixe (o peixe inteiro frito eles chamam de mojarra), arroz branco ou de coco, batata, patacón (banana amassada e frita) e salada, com limonada. Havia opção de frango também ou, ainda "vegetariano", com ovo. Aqui sim é que tudo se cobra. O pessoal da ilha vive dos turistas, então, vendem bijuterias, massagens, penteados de trancinhas, bebidas, sorvetes, frutas, alugam as barracas com cadeiras etc etc. É preciso se cuidar para não aceitar uma massagem anunciada como "presente" que depois será cobrada. Vale levar bebida e lanchinho, pois tudo é caro. A água custa o mesmo preço da cerveja. O mar é verdinho e de temperatura bem agradável, havia alguns pedaços de plantas, mas não chegavam a incomodar. O que incomoda mesmo, são os jet ski passando entre os banhistas, para oferecer o aluguel. Em resumo, é uma praia linda, super explorada turisticamente, não é lugar de sossego. Retornamos depois de 1hora e meia de praia e a van nos deixou no hostel. Após o banho saímos para tomar um sorvete no centro e caminhamos pelo bairro de San Diego. Resolvemos jantar perto de "casa", porque mais tarde queríamos conhecer o famoso Cafe Havana, onde tomamos um daiquiri fresa e um mojito maracuyá, mas estávamos muito cansados e não conseguimos esperar o show, que inicia às 22h30. Combinamos de voltar para o show no dia seguinte. O lugar é bem bacana e reverencia os músicos cubanos com sua decoração e fotos dos lendários cantores pelas paredes.

Dia 28 de julho, sexta

Tiramos o dia para caminhar pelo centro histórico, observando os prédios coloridos, as flores em trepadeiras, as praças bem cuidadas. Em função do enorme calor, íamos entrando em lojinhas, artesanatos - somente os que tinham ar condicionado. Pelas 13h resolvemos comer um ceviche, já que a fome não era muita e a fama do prato na cidade era grande, com várias indicações de estabelecimentos especializados. Acabamos entrando em um restaurante bonitinho, sem olhar o cardápio previamente, e ficamos encantados com a qualidade e a apresentação do ceviche servido, acompanhado de limonada de coco. O preço é que foi beeeeem salgado, mas valeu a pena! Fizemos reserva por telefone para uma mesa no Café Havana, e nos informaram que deveríamos chegar até 22h30, caso contrário, abriam mão da reserva. À tarde, na estilosa e pequena lancheria Prispri, superindicada em alguns blogs, paramos para comer pan de bono - parecido com nosso pão de queijo, delicioso, suco de guanábana (ótima), já a tradicional água de panela não agradou muito, parecia um suco com caldo de cana, mas aguado. No centro histórico, algumas pessoas passeavam de carruagem, muito colonial. Chegamos ao Café Havana às 22h15. O ambiente foi lotando rapidamente e, quando o show começou, estava tomado de turistas em pé, muita gente dançava acompanhando o conjunto. Foi muito bom! Tomamos uns mojitos e cervejas e fomos embora.

Dia 29 de julho, sábado

Pela manhã conhecemos o castelo San Felipe Barajas, maior fortificação militar espanhola nas Américas. Poderíamos muito bem ter ido a pé - pegamos um táxi achando que ele poderia subir até o topo do forte que enxergávamos ao longe - mas...que nada! O táxi andou poucas quadras e já anunciou que só poderia ir até ali. Bem, pelo menos, antes, vimos a escultura das "Botas Velhas", que fica num largo atrás do castelo. O calor era imenso, havia fila para comprar ingressos e a Débora pagou meio ingresso por ter a carteirinha de "maestra" 😊. O forte é realmente enorme. Muitos patamares aos quais se tem acesso por largas rampas. Há túneis que ligam diferentes alas e hoje o castelo fica dentro da cidade de Cartagena, sendo possível avistar o centro histórico e também a orla com os enormes edifícios. Muitos grupos de turistas e também estudantes visitavam a fortaleza. O calor castigava, fizemos a visita em 1h30min. Depois pegamos um táxi para o centro histórico onde caminhamos atrás de algumas lembrancinhas, fazendo fotos bonitas, conversamos com um indígena tairona, que vendia bolsas na rua. Ele deu dicas sobre a Sierra Nevada - lugar que está na lista do Ricardo para próximas viagens! Resolvemos comer no muito falado Crepes e Waffles - uma maravilha de lugar e de comida. Ao final da refeição subimos ao terraço do restaurante para avistar os edifícios e a catedral de cima, uma linda vista para nos despedirmos de Cartagena, essa cidade colorida e tão viva. Ainda passamos na loja do Museu de Arte Moderna (o museu estava fechado) para adquirir mais um souvenir e depois, caminhamos até o nosso hostel, onde acomodamos as comprinhas na mala e nos organizamos para as 24h (!!!) de viagem. No aeroporto ainda tomamos um último café no Juan Valdéz. A viagem foi longa: Bogotá, Fortaleza, São Paulo e finalmente, no domingo às 19h30, Porto Alegre.