quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Havana - O Retorno

29 de janeiro, terça


O Artur, mais uma vez, tomou o café da manhã americano (depois nós é que sofremos) e nós outros, evitamos as frituras e esquisitices. Antes de viajar acessamos a internet para ter certeza de que tudo dera certo com a entrega de documentos da Luísa, felizmente, sim! Compramos uns presentinhos – camisetas, livros de fotografias em uma das lojinhas do hotel e saímos em viagem. Depois de umas 6 horas no carro, chegamos à capital dos cubanos. Voltamos a nos acomodar na casa cuidada pela Célia e seu irmão Octávio, que a essas alturas, nos consideravam velhos amigos. Muito queridos e simpáticos. O Ricardo devolveu o carro alugado, com alguma dificuldade para achar o local de estacioná-lo.
Nosso programa da tardinha e noite seria o tradicional canhonaço – espetáculo que ocorre todas as noites no forte do outro lado da baía que dá entrada ao porto de Havana. Para irmos até o forte, pegamos um táxi e passamos pelos 733 metros do túnel que passa por baixo do mar e leva até a outra ponta da baía. O túnel foi construído por uma empresa francesa em 1958. Chegamos do outro lado e não conseguimos fotos muito boas, já que o sol estava se pondo. Quando já havia anoitecido caminhamos até o forte San Carlos de La Cabaña, onde acontece diariamente, às 21h, o "Canhonaço". Decidimos conhecer a fortaleza com um guia, o rapaz era estudante universitário.  Aprendemos sobre a história do lugar e da cerimônia que iríamos assistir, que na época da colônia servia para avisar as embarcações que a baía seria fechada a partir de certo horário da noite, para evitar serem pegos de surpresa na madrugada. Na época, após os tiros de canhão, esticavam uma grossa corrente de um lado a outro da baía. O complexo é bem grande, com um museu arqueológico, de armas e a sala de comandância, onde Che Guevara despachou logo que os revolucionários chegaram em Havana. No momento do canhonaço, cerca de 50 jovens vestidos como soldados do século XIX desfilam com armas ao som das típicas batidas militares, com tambores e trompetes. Como o espaço é grande, o público se locomove e caminha entre os soldados e como bons turistas que são, tiram fotos e fazem filmes alucinadamente. Nós pagamos 1 CUC a mais e pudemos olhar a cerimônia de um patamar mais alto, sobre a fortaleza e ainda ganhamos uns mojitos e sucos. Quando explode o canhão, o barulho assusta, crianças choram...  seguem as palmas do público. Depois que o Ricardo conseguiu dicas de bons autores de literatura contemporânea cubana e prometeu um livro brasileiro ao nosso guia, nos despedimos e pegamos um táxi para voltar a Habana Vieja.
Jantamos no terraço do restaurante Ambos Mundos, que aceitava cartão, já que o “efectivo” estava acabando. A música era muito boa e o local estava cheinho de turistas.







30 de janeiro, quarta
No café da manhã conhecemos uma alemã chamada Angela, que estava hospedada na mesma casa e falava “9” palavras em espanhol – estas pessoas são corajosas, viajando sozinha! Ela veio a Cuba para dançar salsa, a cada noite buscava um baile, o que não falta em Havana, normalmente ia no baile em algum hotel. Depois  de conversar com ela, saímos a caminhar, fomos na Infotur e compramos ingressos para um show noturno. Visitamos o Castelo da Real Força, museu com a história, principalmente naval, do local. Segundo um site turístico, “Havana é quase literalmente abarrotada de museus ... uma oferta infinita de museus de arte, ciência, etnias, música, história, literatura... a lista simplesmente não acaba! Há, inclusive, museus dedicados aos famosos charutos cubanos, ao chocolate e ao rum.” Comemos sanduíches, aproveitamos a tarde caminhando pela cidade e fotografando carros e prédios antigos e, ao final da tarde pegamos um táxi para retornar ao forte do farol, já que no dia anterior não o conseguimos fotografar adequadamente ao chegarmos já sem sol. Desta vez a paisagem rendeu boas e coloridas fotos com as muralhas, a bandeira cubana, os navios que entravam e saíam do porto e o farol como molduras.
Alguns de nós subiram no farol, ouviram muitas histórias do faroleiro, que gostava de contar detalhes dos fatos ocorridos na fortaleza. O Ricardo e o Artur permaneceram até o último raio de sol, então, o faroleiro, que estava voltando para acender o farol convidou o Artur para acender o farol e disse que aquele era o seu último dia de trabalho antes da aposentadoria e após 16 anos nesta função! Voltamos para casa e saímos na hora do show, caminhando pelas ruas escuras e procurando o endereço apontado, foi um pouco difícil, mas chegamos! O show foi legal, mas no decorrer dele o Artur começou a passar mal, com febre. Os garçons, ao saberem que estávamos nos retirando por causa disto, insistiram em chamar atendimento médico e diziam que seria gratuito e rápido, mas agradecemos e voltamos para casa, pois tínhamos antitérmicos, termômetro, tudo o que era necessário, a princípio. A noite foi longa em função desta febre, mas pela manhã o Artur estava bem.


31 de janeiro, quinta
Tomamos o café da manhã com a Angela, deixamos alguns pertences, como roupas e sapatos nossos e produtos de higiene pessoal que havíamos trazido para doar, para a Célia e o Octávio. Antes disto, ganhamos presentes deles!!! Ficamos um tanto constrangidos: a Débora ganhou um lindo colar de madrepérolas e o Ricardo ganhou uma garrafa de rum. Após as despedidas, a Célia cheia de recomendações pela saúde do Artur, abraços e beijos, um táxi nos levou ao aeroporto. Lá descobrimos que era necessário pagar a taxa do aeroporto de U$ 25,00 por pessoa e foi uma correria. Voamos até o Panamá e lá aguardamos 4h para o próximo voo, para San José, da Costa Rica (coração civil, me inspire..., quem lembra do Milton nascimento???). Em San José fomos direto ao hotel . Foi um dia de viagem.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cayo Coco


27 de janeiro, domingo
Bem, era hora de pegar a estrada novamente, seriam 232 km rumo a Cayo Coco, onde ficaríamos no resort à beira mar. A estrada passava por muitas cidades pequenas e plantações, principalmente de cana – Cuba é um país agrícola. Tivemos que perguntar várias vezes a direção da estrada para não nos perdermos. Neste trajeto, apenas planícies. Quando se chega à beira do mar, a estrada continua por um loooooongo aterro de 27km em linha reta, para conectar as diversas pequenas ilhas ao continente. Inicialmente não se avista qualquer ilha, apenas a estrada em linha reta à frente, dando a impressão de que se está dirigindo para alto mar, depois de muitos quilômetros, começa a aparecer a areia branca das ilhas e sua vegetação. Cayo Coco está localizada na província de Ciego de Ávila, é a quarta maior ilha de Cuba e é famosa por seus luxuosos all inclusive e já tem um aeroporto internacional, desta forma, muitos turistas que vêm para cá acabam não conhecendo Cuba, na verdade, conhecem hotéis chiques e só. Dizem que Cristóvão Colombo, ao avistar esta região de águas rasas muito azuis, cristalinas, vegetação verde, flamingos cor de rosa, inúmeras ilhas de areia branquinha disse que estes eram os Jardins do Rei – assim ficou conhecida a região das ilhas.
Logo após nos acomodarmos no ótimo Hotel Blau Colonial comemos um lanche, caminhamos pela praia, mas o vento era muito forte (o pessoal explicou que estava atípico o tempo ventoso e às vezes nublado nestes dias). Ficamos conhecendo o espaço do resort, as piscinas e outras instalações, até a janta no restaurante italiano do local, que só deu continuidade às decepções culinárias de Cuba.
Antes da janta a Luísa usou um pouco da internet (pagando caro, na recepção, onde havia disputa por um dos dois computadores) e descobriu que havia uma entrega de documentos para a matrícula na UFRGS e isto estava agendado para o dia !!!!! Bateu o pânico – como a Lulu iria fazer sua matrícula? Contatamos a Adriana em Porto Alegre (ligação por 21 CUCs) e a responsabilizamos pela tarefa, fazendo também uma procuração escrita na hora, à mão, fotografada e enviada por e-mail – e não é que a UFRGS aceitou??? Ainda bem!


28 de janeiro, segunda

O café da manhã do resort era num enorme restaurante e totalmente destinado aos estadunidenses e a alguns outros estrangeiros canadenses e europeus. Muita gente gorda e com suas famílias numerosas devoravam ovos, bacon, panquecas, repolho e até feijão, tudo com molhos por cima!!! Para o nosso paladar, nos restou comer sanduíches e pães, exceto o Artur, que aderiu às frituras. Como o tempo não estava muito propício para praia, decidimos ir de carro até Cayo Guillermo, outra ilha, ligada  a Cayo Coco. O lugar é um verdadeiro paraíso tropical. Paramos em uma praia lindíssima onde os tons de azul e verde do mar chegavam a fazer 17 camadas diferentes. Os coqueiros, pássaros, algumas pessoas fazendo Kite surf, tudo estava perfeito para ser fotografado. Praias quase desertas. A Luísa filmou uma estrela do mar se virando e ficou impressionada com a habilidade do (?) animal(?). Antes de chegarmos à Playa Pilar paramos para ver um lago de flamingos selvagens de cores vibrantes à beira da estrada; nesta praia o vento ainda era bem forte, mas a Luísa, o Artur e o Ricardo fizeram um pacto para tomar coragem e entraram na água, que, segundo eles, estava ótima. Voltamos calmamente para o hotel, comemos um lanche e mais tarde fomos jantar no buffet do Blau Colonial, estava um pouco melhor do que a comida do dia anterior. Nos surpreendemos como todos já haviam jantado às 20h30min! Sempre rolavam uns daiquiris ou mojitos antes da janta e era tudo incluído mesmo. Antes de dormir ainda assistimos uma banda em um bar e espiamos um show de boas vindas organizado pelo hotel, com coreografias na boate do resort. A festa continuaria, mas nós nos recolhemos, já que no dia seguinte o caminho de retorno à Havana era longo.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Santa Clara


26 de janeiro, sábado - aniversário da Débora
Saímos de Trinidad pela Serra do Escambray. Frio, chuva, nevoeiro, estrada de chão embarrada e por vezes, asfaltada. No meio da Serra, havia o Museu do Café, paramos e tomamos umas xícaras para esquentar. Próximo, o Museu de Arte Contemporânea, com um acervo considerável, visitamos tudo. Na beira da estrada vimos um avião cubano da guerra, em destroços.


Chegamos à Santa Clara às 14h, depois de viajar 88km, e fomos direto ao Conjunto Escultórico do Che. A cidade, atualmente recebe uma grande quantidade de turistas em função deste mausoléu dedicado ao maior herói da revolução cubana. Santa Clara abriga os restos mortais de Che Guevara desde que seu corpo foi exumado e veio da Bolívia em 1997. Che foi enterrado neste local com honras militares, junto com 29 companheiros. No local, há um museu dedicado à vida de Guevara e uma chama eterna acesa por Fidel Castro.
Santa Clara foi escolhida para abrigar esta memória em função de ter sido o local onde as tropas de Guevara decidiram o final da revolução Cubana em 31 de dezembro de 1958. Como resultado disto, o ditador cubano Fulgencio Batista fugiu para o exílio. Toda esta história é contada no museu, junto com a história pessoal do argentino-cubano Ernesto Guevara de La Serna, El Che, desde sua infância, formação em medicina, viagens pela America Latina, África, etc. Uma grande estátua é o que mais chama a atenção, de longe, onde Che foi retratado de braço quebrado, na época da Sierra Maestra. Diversos aspectos da vida de Che são representados em todo o complexo. Passagens de seu tempo na Guatemala e nas Nações Unidas foram esculpidas, sua emocionante carta de adeus a Fidel está escrita na íntegra no painel do monumento. Outra seção mostra Che como ministro da Indústria realizando seu trabalho voluntário de costume. Finalmente professores de alfabetização, as crianças nas escolas, etc. Não se paga nada para entrar no Museu, mas não se pode fotografar. Como estava chovendo, logo fecharam o museu para evitar entrada de umidade, nos restou fazer uma visita rápida por dentro e depois fotografar o complexo por fora. A praça em frente ao Complexo é enorme, espaçosa, lembra muito a Praça da Revolução, em Havana. Na data de aniversário do famoso combate, as crianças, de todas as escolas da região fazem homenagens, simulando os acontecimentos para enaltecer a história. A visita vale muito a pena.
Mais uma vez ao chegarmos ao residencial indicado para nosso pouso fomos conduzidos para outra casa, pois estava lotado. O Sr Thomas e a sra Mercedes nos receberam com quartos perfumados (demais). Fomos dar uma volta na praça de Sta Clara e não cahamos muita coisa para fazer. Comemos sanduíches, entramos num museu, junto à praça principal, que conta história de costumes da época colonial, fomos conduzidos por um guia.
Ao voltarmos para casa a Luísa usou a internet (rapidamente, pois isso era um luxo) para procurar mais nomes de colegas no listão da UFRGS e a Débora tomou um daiquiri, preparado pela dona Mercedes. Como a data era festiva, saímos para jantar no restaurante que parecia o mais chique da cidade – El Gobernador – assim, comemoramos o aniversário da Débora, com pratos lindos, enfeitadíssimos, mas nem tão gostosos assim...
Saindo do restaurante percebemos que a cidade funciona mesmo é à noite. Muita música. Bem ao lado do restaurante havia uma festa com mesas na rua e tudo, um conjunto maravilhoso tocando música típica e diversos casais que pareciam dançarinos profissionais – na verdade, acho que qualquer cubano tem esta ginga e é só tocar uma salsa que começa a festa. Na praça havia a maior festa, que era de adolescentes, com telões e tocavam música eletrônica e “reggaeton” (que é um rap, misturando estilo hip hop e influenciado pelos ritmos caribenhos) variadas. Bastante público, também pudera – a cidade tem 5 universidades! Num barzinho, do outro lado da praça, mais música ao vivo, neste local o público era especialmente de turistas e tocavam as clássicas cubanas estilo Buena Vista Social Club. Mais outro grupo, numa das calçadas de um prédio antigo, sob arcos, tocavam ao vivo para casais idosos que dançavam alegremente. No trajeto para casa, pelas ruas escuras de Sta Clara, passamos por uma festa GLS muito cheia e animada, enfim, a noite cubana é uma festa!






27 de janeiro, domingo
Antes de deixar Sta Clara ainda tínhamos que conhecer outro ponto de interesse ligado à revolução cubana em 31/12/59 – o trem blindado. No local, está o vagão que as tropas de Che Guevara impediram de continuar viagem usando um trator para arrancar os trilhos. Este trem vinha carregado de munição para o exército de Batista, e, como não chegou ao seu destino, acabou se tornando um símbolo da vitória dos barbudos. O trator também permanece no local, que foi transformado em uma praça, bem cuidadinha. Ali perto um outro monumento ao Che – uma estátua de bronze em tamanho real com uma porção de pequenos detalhes esculpidos em suas vestes, cinturão, cabelos, etc, detalhes estes que representam passagens de sua vida. Muito interessante e bonito – Che leva nos braços uma criança – por isso, é conhecido também com o “Che de los Niños”.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Trinidad

23 de janeiro, quarta
Acordamos com o tempo fechado, um chuvisqueiro. No café da manhã da casa do Sr Oscar, muita fruta, mel, sucos ótimos, leite e café, pão, tudo excelente. Para viajar o tempo até que era bom, seguimos viagem para a cidade histórica de Trinidad. No caminho, paramos à beira da estrada para uns cachorros quentes (local não muito higiênico), demos algumas caronas – mais curtas do que a do Alain.
A estrada sempre boa e pouco trânsito, muitos “outdoors” com propaganda do governo, muita exaltação aos heróis revolucionários, frases de efeito proferidas por Fidel e Che. Um tipo bem específico de manifesto/homenagem que vimos por todas as cidades, ruas e mesmo nas casas particulares, era a referência aos 5 presos políticos que estão nos EUA. Em pequenos monumentos ou pinturas em fachadas, tais manifestações sempre trazem a palavra “Volverán” e os nomes dos 5 cidadãos (Gerardo, Fernando, René, Ramón e Antonio), por vezes cada nome associado a uma ponta de uma estrela desenhada. O povo cubano pede, em várias instâncias e órgãos internacionais, a libertação destes cidadãos, presos há 15 anos (alguns com prisão perpétua) nos EUA e destacam seu patriotismo na defesa dos valores do socialismo.
Na passada pela cidade de Cienfuegos, pegamos informações sobre o funcionamento do “Delphinário”, que nos interessava visitar. Voltaríamos noutro dia para ver os golfinhos e suas habilidades. Ao chegarmos à tarde em Trinidad buscamos o endereço da sra Rosa, que poderia nos hospedar, segundo o Sr. Oscar. Em todos os lugares fizemos da mesma forma – a última “pousada” indicava a próxima. Nem sempre dava certo. Neste caso, não deu, a sra Rosa nos recebeu, com café, mostrou a casa, mas ela estava com outros estrangeiros e por isso, chamou um vizinho, que mandou o filho de bicicleta nos buscar. Nos sentíamos verdadeiramente em casa, em todos os lugares que ficamos. Quem nos recebeu definitivamente em Trinidad foi a sra Isabel, apelidada “La China” porque tinha feições um pouco orientais.
Trinidad é uma das cidades mais antigas de Cuba – fará 500 anos em 2014! Um centro histórico tipo uma Ouro Preto beeeeem mais antiga. Estilo colonial, casas coloridas, calçamento bem irregular, igreja, praças, casas com pés direitos muito altos e portas de madeira bem características, grades de madeira trabalhadas nas enormes janelas, etc. Saímos para jantar e vimos algumas lojinhas. Tudo a pé, pois estávamos bem localizados. Os carros antigos em todo o país são lindos, únicos, coloridos, rendem ótimas fotos. Nesta noite o Ricardo conseguiu algumas muito boas.




24 de janeiro, quinta
Após o café da manhã bem servido na casa da família de La China, visitamos o centro histórico de Trinidad. Vimos o Museu da Luta Contra Bandidos (!), a praça principal. Também fomos a um barzinho chamado “Canchánchara”, que tinha música ao vivo, um senhor mostrando como fazia charutos e servia um drinque que levava o nome do local.
 Depois decidimos pegar o carro e ir para os arredores da cidade, a fim de conhecer o Vale dos Engenhos de Açúcar, muito bonito. Fomos até um mirador, vimos a via férrea que transportava a carga açucareira da região. Hoje muitos engenhos são apenas memória de um tempo áureo da produção da cana. Comemos uns sanduíches no restaurante /mirador e depois voltamos à cidade.
À noite procuramos um local mais bacana para a janta e fomos às “Terrazas” de um restaurante que prometia ser diferenciado. Nada de mais, infelizmente também estava ventando bastante e havia gente fumando perto de nós, enfim, não foi agradável. De qualquer forma, sempre aproveitávamos para provar algum prato diferente e drinques ou cervejas cubanos.

25 de janeiro, sexta
Neste dia nos programamos para viajar até a cidade litorânea de Cienfuegos. O destino principal era o Delphinário, que é um empreendimento do governo, como tudo em Cuba, bem organizado e bonito, atrai muitos turistas. Neste dia um grande grupo de canadenses que estava num hotel  próximo veio assistir à sessão de performance dos golfinhos. Os animais eram lindos, ágeis, bem treinados, fizeram muitas acrobacias. Mas o momento mais especial era após o show – quem queria nadar com os golfinhos? Por um valor a mais, as pessoas podiam entrar na água, acariciar, receber “beijinhos” e – o máximo – ser levantado por dois golfinhos – um “focinho” em cada pé.
Este foi, talvez, o momento mais bacana de toda a viagem para o Artur, ele não mais cabia em si de felicidade. Dizia que seria adestrador de golfinhos. Realmente foi algo inesperado que os golfinhos levantassem as pessoas! E eles fizeram isto com vários turistas.
Após este espetáculo todo, lanchamos e decidimos visitar o centro da cidade. Há um bairro, chamado Punta Gorda, que teve seus tempos de glamour e ainda preserva muito bem seus casarões e prédios bem estilosos, em terrenos bem cuidados, à beira do mar, em uma península linda, frente ao mar cristalino. O calçadão que acompanha toda a orla é um convite a um passeio descansado, pouco movimento, com vistas maravilhosas. Já mais no centro comercial da cidade, visitamos uma praça tradicional, um calçadão “Boulevard”, o antigo Teatro Tomas Terry, interessante, lindo e bem restaurado, onde já cantou Caruso. Para contrastar com este cenário antigo de cidade que parou no tempo, vimos uma exposição bem conte
mporânea, de um artista que criou pinturas com releituras de imagens tradicionais de Fidel, Che. Almoçamos no Bom Paladar, que fica nos fundos da residência de um senhor empreendedor que atende muito bem, com sua equipe de garçons. Cardápio variado e cheio de turistas. Retornamos à Trinidad à noitinha - anoitece cedo – pelas 18h!A noite prometia uma alegria maior ainda que os golfinhos. Esperamos na fila da internet na empresa pública junto à praça e, depois de mais ou menos 1h30min a Luísa conseguiu acessar a página da UFRGS e viu seu nome no listão. Nossa menina era uma caloura da Engenharia Ambiental 2013!!!!! Merecia muitas comemorações ao longo da viagem. Saímos para jantar camarão e massa.