sábado, 14 de janeiro de 2012

De Santiago ao Parque Conguilio

Dia 01 ( 13/01/2012) - Temuco e La Baita
 Depois do voo direto, da Gol, POA -> Santiago, chegamos ao aeroporto internacional pelas 2h30min, com 1 hora de fuso a menos, e encontramos nossa super van Peugeot Export 1.6, 90 cv, com 9 lugares e um incrível porta-malas que acomodou muito bem as tralhas dos 8 passageiros. Um espetáculo mesmo. Muito melhor do que esperávamos e, ainda por cima, tinha só 5000 km rodados.

 Colocamos o GPS com os mapas baixados do proyectomapear.com.ar e nos tocamos para Temuco a uns 700 km ao sul. Como estávamos com a noite virada, o Cascata e o Ricardo trocavam a direção a cada 150 km, mais ou menos, com parada para café e banheiro. Passamos por Santiago com seus tele-pedágios, que já estavam incluídos no aluguel, e entramos na Ruta 5, ou melhor, na famosa Panamericana, toda duplicada.

Chegamos a Temuco pelas 12h e fomos cambiar dinheiro (veja as dicas) perto da praça principal. Ali tem um solmáforo que mostra o nível de radiação UV a que estamos expostos. Lembrem, ou saibam, que na Patagônia o buraco na camada de ozônio é um rasgão enorme. Por aqui se recomenda muito bloqueador solar. A cidade de Temuco não tem grandes coisas. Fomos na praça e no mercado municipal, que tem artesanias, açougue, peixarias e muitos restaurantes com comida típica. Cada um deles tem alguém na porta te convidando para entrar, parecem todos iguais: cardápio e preço. Entramos em um com ar-condicionado porque o calor, que passava pelo rasgão da camada de ozônio, era grande. Ali começamos a comer salmão. Mas, a grande surpresa foi o suco natural de framboesa. Um espetáculo. Consistente, vermelhão, com sementinhas, muito saboroso mesmo. A partir dali, tomamos muitos. Na feira também se vende framboesa, mirtilo e cereja. Tudo bem barato.
Compramos erva-mate e nos tocamos para o parque Conguillio, a uns 80 km de Temuco. E, sem querer, eu juro, pegamos um caminho alternativo, mais longo e de chão. A culpa foi do GPS desta vez, que não mostrou o caminho asfaltado. Mas, dali tivemos excelentes vistas do nosso primeiro vulcão: o Llaima. Por fim, entramos no parque que era caminho para a pousada "La Baita" que haviamos reservado pela internet. E era Baita mesmo. Baita indiada, baita alternatividade, baita lonjura, baita polvadera, baita calor, mas baita, baita mesmo, vista. Que paisagem! Chegamos na pousada depois de muita estrada de chão e a moça que nos atendeu disse que a 4x4 que nos levaria, com as malas, até a cabana, estava na cidade mas logo voltaria. Como assim? Ir de carro até a cabana? Que bobagem. Pegamos as mochilinhas primeiro e fomos nos tocando, morro acima, até a cabana que não tínhamos avistado ainda. E morro acima, bem acima, fomos indo e indo e subindo mais um pouco e mais, até quase sei lá onde. O Cascata deu um pau na van e levou a dita até as alturas com as malas grandes.

A vista absolutamente fantástica. A cabana com 3 quartos e uma enorme sala no meio era muito boa. Mas, estava muito quente e não tinha luz elétrica, só com gerador que chegaria horas depois e nos deu 3 horas de uma luz intermitente. Como o sol se põe pelas 21h, foi suficiente. O Cascata e o Gabriel ainda desceram e subiram novamente com pão, salada, vinho e umas chuletas de porco, que fizemos na grelha. Ótima janta, acompanhada de muitos bichinhos da luz. Depois, ainda ficamos procurando satélites e estrelas cadentes até desmaiar.


Dia 02 (14/01/2012) - Parque Conguillio

Cascata, Ricardo e Artur acordaram cedo para fotografar, desceram até um mirante no meio do caminho até a recepção, mas não foram até lá embaixo, que é mais longe que Uruguaiana.
 Juntamos as tralhas na van e nos tocamos, pelas 10h para conhecer o parque. E, que parque!
 É como um deserto com cerros negros, lisos ou com pedrões, que na verdade são lava endurecida que ainda não virou pó e isto contrasta com algumas montanhas nevadas ao fundo e, como se não bastasse, tem as lagoas de água transparente.

 A Lagoa Arco-íris compõe uma paisagem pra ficar horas sentado olhando. O vulcão Llaima refletido na água paradinha, algumas árvores depois da lagoa e grandes troncos dentro d’água que se veem todos de tão transparente que é a água.


  Dali, rumamos para o posto da Corporacion Nacional Forestal de Chile - CONAF, responsável pelo parque, pegamos algumas informações e mapas e fomos fazer uma trilha no meio de um bosque de araucárias enormes ali perto. Este Departamente em que estamos no Chile chama Araucanía, pelas grandes e antigas florestas de araucária onde, dizem eles, tem araucárias de mais de 1800 anos.
   Ainda fomos para a praia dar uma olhada no grande lago Conguillio e noutra para molhar os pés e a cabeça. O Artur tomou banho de cueca com os nevados ao fundo. Tá certo que faz calor nesta época, mas a água é fria pra degelo e o pessoal local vai se chegando e entrando na água sem a menor cerimônia. O Artur e o Ricardo entraram, mas cheios de agora vai, agora volta. Uma vez molhados, é uma beleza.
 No parque existem lugares para camping com uma estrutura bem razoável. Tem gente pescando e, no inverno também vem muita gente aproveitar a neve por aqui. Saindo do parque, ao ultrapassarmos um ciclista fomos abordados para encher a garrafa dágua dele. Tudo isto andando, sem parar nunca, pois havia uma competição, que só soubemos depois, passava por dentro do parque.

 Fomos então rumando caminho a Pucón, nosso próximo destino. Passamos por Melipeuco para fazer uns sanduíches para continuar a viagem. Fomos pela interlagos, outra via alternativa com boa parte de ripio (é a estrada de chão mesmo!). Indicação de algumas pessoas do parque. Desta vez, foi furada mesmo, não tinha nada para ver, nenhuma vista bonita. Tiramos uma única foto, só pra constar, num mirante falcatrua. Reencontramos o asfalto, passamos pela cidade de Villarica, na beira do lago de mesmo nome, até chegarmos à pousada que fica na estrada para o parque Villarrica. Ainda sobraram forças para ir a Pucón, uns 15km dali, jantar e ver o movimento.

 O Ricardo chegou ao Chile com o olho bichado por uma conjuntivite. No dia anterior, o olho tava uma nojeira só, virado em pus, remela, caco de panela e sei lá mais o quê. Mas em Pucon conseguimos um colírio com antibiótico, que não quiseram nos vender em Villarica por falta de receita, e a coisa foi melhorando.

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